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Diante do coronavírus: nem histeria nem banalização

Diante do coronavírus, é aconselhável evitar a psicose, mas também sua banalização: na maioria dos casos, o COVID-19 é uma doença benigna, mas também tira vidas entre os mais frágeis e pode acabar saturando hospitais, com consequências dramáticas

AFP
13/03/2020 às 14:50.
Atualizado em 05/04/2022 às 01:30

Diante do coronavírus, é aconselhável evitar a psicose, mas também sua banalização: na maioria dos casos, o COVID-19 é uma doença benigna, mas também tira vidas entre os mais frágeis e pode acabar saturando hospitais, com consequências dramáticas.

A mortalidade claramente aumenta com a idade: isso é o que demonstra uma ampla análise publicada em 24 de fevereiro por pesquisadores chineses na revista médica americana "Jama".

Dos quase 45.000 casos confirmados, a taxa média de mortalidade foi de 2,3%, sem mortes entre crianças menores de 10 anos. Até 39 anos, a taxa é muito baixa, 0,2%. Aumenta para 0,4% entre os quadragenários, 1,3% entre 50-59 anos, 3,6% entre 60-69 anos e 8% entre 70-79 anos.

Pessoas com mais de 80 anos são as mais expostas, com uma taxa de mortalidade de 14,8%.

Outro fator de risco é o fato de sofrer uma doença crônica, como insuficiência respiratória, doença cardíaca, câncer, histórico de AVC...

Um estudo chinês publicado na segunda-feira pela revista "The Lancet", envolvendo 191 pacientes, estudou fatores associados ao risco de mortalidade.

"Uma idade avançada, o fato de apresentar sinais de sepse (ou septicemia, infecção generalizada) ao chegar no hospital e doenças subjacentes como hipertensão e diabetes foram fatores importantes associados à morte dos pacientes", afirmou um dos autores, o doutor Zhïbo Liu.

Mas as pessoas mais expostas ao novo coronavírus não devem entrar em pânico.

"Quando uma pessoa infectada morre aos 85 anos, o coronavírus não é o que a mata", mas muitas vezes "as complicações sofridas por seus órgãos que não estavam mais funcionando adequadamente", afirma Michel Cymes, médico e figura televisiva na França.

O mesmo vale para pacientes com doenças crônicas.

Para o professor francês Jean-Christophe Lucet, o risco diz respeito principalmente a pacientes que sofrem de formas severas dessas doenças. "Devemos ser extremamente claros" sobre este ponto, enfatiza à AFP.

Segundo o estudo de 24 de fevereiro, a doença é benigna em 80,9% dos casos, grave em 13,8% e crítica em 4,7%.

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