INTERNACIONAL

Distúrbios nos EUA colocam a liderança de Trump em prova

Alternando retórica dura com empatia, e de olho em sua base eleitoral, Donald Trump não tem certeza sobre qual tom aplicar aos protestos violentos contra o racismo que abalam os Estados Unidos

AFP
01/06/2020 às 18:16.
Atualizado em 27/03/2022 às 21:59

Alternando retórica dura com empatia, e de olho em sua base eleitoral, Donald Trump não tem certeza sobre qual tom aplicar aos protestos violentos contra o racismo que abalam os Estados Unidos.

Depois de uma sexta noite de tumultos com cenas de caos, nos arredores da Casa Branca, inclusive, Trump deixou claro em um tuíte nesta segunda-feira, que está voltado para "3 de novembro", data da eleição presidencial.

Por vários dias, o presidente enviou mensagens contraditórias, quando a indignação tomou conta de dezenas de cidades após a morte, sob custódia, de George Floyd, um negro de 46 anos que se tornou o mais novo símbolo de brutalidade policial sobre os afro-americanos.

Após o retorno de Trump da Flórida à Casa Branca na noite de sábado, Washington aguarda um pronunciamento, talvez uma mensagem de união a um país atingido por mais de 100.000 mortes e 40 milhões de empregos perdidos pelo coronavírus que agora atravessa a maior onda de protestos civis em décadas.

Mas o presidente republicano ficou longe dos holofotes durante todo o domingo, exceto por uma série de tuítes para censurar a mídia e os democratas por uma suposta falta de determinação em relação aos manifestantes.

A imagem da Casa Branca com as luzes exteriores apagadas no domingo à noite, a poucos quarteirões de distância de manifestantes que incendiaram barricadas e quebraram janelas, reflete a desconexão entre o presidente e seus cidadãos.

E nesta segunda-feira não havia indicação de uma aparição de Trump, que não tinha eventos públicos agendados.

"Um discurso nacional do Salão Oval não impedirá o Antifa", disse a porta-voz do presidente nesta segunda-feira, referindo-se à rede de ativistas de extrema esquerda que Trump acusa de liderar a violência nos últimos dias.

Além da mensagem sobre as eleições, os outros tuítes do presidente pareciam menos voltados a restaurar a calma do que a apoiar suas bases.

Um deles citou um apresentador da Fox News por negar que os grupos supremacistas brancos tivessem desempenhado um papel importante para motivar a agitação.

Outro desqualificou seu rival democrata nas próximas eleições presidenciais, Joe Biden, quando afirmou que estava cercado pela "Esquerda Radical" que está "trabalhando para tirar os anarquistas da cadeia, e provavelmente outras coisas".

Em conversas com os governadores estaduais nesta segunda-feira, com trechos divulgados pela mídia, Trump pediu que eles fossem muito mais rígidos com os protestos.

"Se eles não dominam, estão perdendo tempo", disse o presidente de acordo com a mídia. "Eles vão passar por cima deles. Eles vão parecer um bando de idiotas."

O governador de Illinois, J.B. Pritzker, confrontou Trump, a quem acusou de "piorar" a situação, informou a ABC. "

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