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Distúrbios nos EUA: manifestantes explicam por que protestam

Há uma semana, os Estados Unidos são abalados por protestos, após a morte de George Floyd, um homem negro, nas mãos de um policial branco em Minneapolis

AFP
03/06/2020 às 23:49.
Atualizado em 27/03/2022 às 21:38

Há uma semana, os Estados Unidos são abalados por protestos, após a morte de George Floyd, um homem negro, nas mãos de um policial branco em Minneapolis.

Dezenas de milhares de pessoas de todos os grupos étnicos e demográficos foram às ruas em todo país para exigir o fim da brutalidade policial.

Aqui, alguns deles explicam com suas próprias palavras por que estão protestando e o que esperam alcançar nos maiores protestos civis nos Estados Unidos em muitos anos.

Kayla Junaye Johnson é uma estudante de direito penal de 21 anos na Universidade Grambling State, de Louisiana.

Ela se sentiu "enjoada" quando viu o vídeo da morte de Floyd, depois que o policial Derek Chauvin pressionou seu pescoço com o joelho por quase nove minutos, e se juntou aos protestos em Minneapolis.

"Vimos um assassinato ao vivo, não há retorno. É perturbador. É horrível, e todos os agentes [envolvidos] devem ser indiciados com as mais altas acusações", disse.

"No primeiro protesto, cheguei de joelhos até a frente, gritando "Mãos para o alto, não atirem". Eu pulei e desviei de pelo menos duas bombas de efeito moral. Foi assustador", contou.

"Quando não vi uma dessas bombas chegar, ela me atingiu no braço. Acabei com uma queimadura de segundo grau do Departamento de Polícia de Minneapolis".

"Pessoalmente, não me sinto à vontade com os policiais. Detesto dizer isso, mas eles têm tanto poder no mundo agora que é assustador, tudo pode acontecer".

"Nunca esperei que isso acontecesse esta semana, mas não estou surpresa. Ser negro nos Estados Unidos causa isso. É assim que isso nos afeta. É triste, mas é assim".

Michelle Evans, uma mulher branca de 40 anos que trabalha com marketing, levou seus filhos de dois e quatro anos ao local da morte de Floyd e os abraçou no meio de um mar de flores.

Temendo que os protestos, que se tornaram violentos, fossem "muito perigosos", expressou sua solidariedade e raiva no local que se tornou um memorial a Floyd.

"Meus filhos, apenas porque são quem são, precisam saber que têm privilégios e que precisam fazer parte da solução quando crescerem", disse ela à AFP.

Chorando, denunciou o racismo "estrutural" nos Estados Unidos.

"Foi assim que nosso país foi fundado e precisa ser destruído e reconstruído de maneira a trazer igualdade e inclusão para todos".

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