Doadores internacionais prometeram nesta terça-feira (30) um total de 6,4 bilhões de dólares em ajuda humanitária para os deslocados e afetados pelo conflito na Síria, uma quantia consideravelmente distante da meta de 10 bilhões estabelecida pela ONU
Doadores internacionais prometeram nesta terça-feira (30) um total de 6,4 bilhões de dólares em ajuda humanitária para os deslocados e afetados pelo conflito na Síria, uma quantia consideravelmente distante da meta de 10 bilhões estabelecida pela ONU.
"O compromisso total chega a 5,3 bilhões de euros, ou 6,4 bilhões de dólares", anunciou em Bruxelas o comissário europeu para Gestão de Crises, Janez Lenarcic, no final da conferência, realizada virtualmente.
O comissário explicou que este total inclui 4,4 bilhões de dólares para 2021 e 2 bilhões para 2022 em diante.
"Além disso, instituições financeiras internacionais e doadores anunciaram empréstimos em condições vantajosas" no valor de cerca de 7 bilhões de dólares, explicou o alto funcionário.
Durante o dia, a Alemanha anunciou sua participação no esforço com mais de 1, 7 bilhão de euros (cerca de 2 bilhões de dólares), enquanto a União Europeia comunicou uma contribuição de 560 milhões de euros (cerca de 650 milhões de dólares).
"A tragédia síria não pode durar mais 10 anos. Seu fim começa com a restauração da esperança. Começa com nosso compromisso, aqui e agora", disse o ministro das Relações Exteriores alemão, Heiko Maas.
A conferência começou em meio a dramáticos apelos por solidariedade internacional para ajudar a resolver a situação de milhões de sírios, 10 anos após o início do conflito devastador no país.
Em comunicado, a organização humanitária Oxfam não escondeu sua profunda decepção com os resultados.
O montante arrecadado "confirma os temores de que os doadores não estejam ouvindo os apelos de milhões de sírios que tiveram que deixar suas casas e ter suas vidas destruídas por 10 anos de conflito", afirmou o chefe da Oxfam na Síria, Moutaz Adham, na nota.
Cerca de 50 países e 30 organizações não governamentais participaram da conferência, promovida em conjunto pelas Nações Unidas e a União Europeia.
As reuniões começaram na segunda-feira, mas esta terça foi o dia principal, com anúncios de doações por parte de governos e entidades internacionais.
Ao abrir a sessão nesta terça-feira, o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, ressaltou que o custo humano do conflito na Síria era "impensável" e alertou para o risco que corre toda uma geração de sírios.
"Mais de 13 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária e metade delas são crianças. Isso significa que toda uma geração de sírios só conhece a guerra", disse Borrell.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, havia apontado em uma mensagem em vídeo que "em 10 anos, os sírios enfrentaram morte, destruição, deslocamento forçado e privação".