INTERNACIONAL

Dúvidas sobre vacina da AstraZeneca aumentam e vários países aliviam restrições

Dúvidas sobre a eficácia da vacina anticovid da AstraZeneca contra uma nova variante do vírus levaram as autoridades sul-africanas a suspender a campanha de vacinação, uma notícia pouco animadora, contrariada por dados mais otimistas em outros países, como Israel e Áustria, que relaxaram as restrições impostas para conter a pandemia

AFP
08/02/2021 às 22:22.
Atualizado em 23/03/2022 às 20:41

Dúvidas sobre a eficácia da vacina anticovid da AstraZeneca contra uma nova variante do vírus levaram as autoridades sul-africanas a suspender a campanha de vacinação, uma notícia pouco animadora, contrariada por dados mais otimistas em outros países, como Israel e Áustria, que relaxaram as restrições impostas para conter a pandemia.

A vacina AstraZeneca/Oxford, que o Reino Unido começou a administrar em larga escala em dezembro, já foi aprovada por outros países e pela União Europeia (UE).

Mas, devido à falta de dados sobre sua eficácia na população idosa, alguns governos decidiram recomendar seu uso apenas para menores de 65 anos, ou mesmo 55, como na Espanha.

No domingo, a África do Sul suspendeu o início de seu programa de vacinação, que começaria hoje com um milhão de doses da AstraZeneca/Oxford, depois que um estudo revelou uma eficácia "limitada" contra a variante local do vírus.

De acordo com os primeiros resultados deste estudo, esta vacina é apenas 22% eficaz contra as formas leves da doença causada pela variante sul-africana. No momento, não há resultados sobre casos graves.

"As primeiras conclusões parecem confirmar que a variante do vírus detectada na África do Sul pode ser transmitida entre a população já vacinada", alertou ainda este relatório da Universidade de Witwatersrand em Johannesburgo, ainda não revisado por outros estudos.

A AstraZeneca garantiu, porém, que sua vacina "pode proteger contra mortes, hospitalizações e as formas mais graves da doença", segundo afirmou à AFP um porta-voz do laboratório britânico.

Nesta segunda-feira, o comitê estratégico de especialistas em imunização da Organização Mundial da Saúde (OMS) se reúne para discutir as recomendações provisórias sobre o uso dessa vacina, com "atenção especial" sobre sua aplicação "em idosos", segundo a instituição.

Com uma eficácia média de 70%, o imunizante da AstraZeneca/Oxford é menos convincente do que os da Pfizer/BioNTech ou Moderna, cujos níveis de eficácia ultrapassam 90%.

Mas essa vacina é mais barata e mais fácil de armazenar, pois não precisa estar em temperatura muito baixa. Isso a torna mais adequada para campanhas de vacinação em massa.

Outras vacinas, como a russa Sputnik V ou as desenvolvidas na China, estão sendo enviadas aos poucos para vários países.

Um primeiro lote de 300 mil doses do laboratório chinês Sinopharm chegou ao Peru no domingo, para começar a imunização na terça-feira, em Lima e Callao, cidade portuária vizinha.

O país enfrenta a segunda onda da pandemia, com mais de 1,1 milhão de casos confirmados e 42,3 mil mortes.

O Panamá, por sua vez, informou que aguarda a aprovação de organismos internacionais da Sputnik V para adquirir três milhões de doses e reforçar sua campanha de vacinação, já iniciada.

Na Europa, região com mais mortes pela doença, com mais de 773.000 óbitos, vários países, como Áustria ou Alemanha, expressaram sua disposição em aplicar a vacina russa, após a publicação de resultados científicos positivos sobre sua eficácia.

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