O Egito pediu nesta sexta-feira ao Conselho de Segurança da ONU que intervenha no conflito com Etiópia sobre sua represa no Nilo, que causou tensões na região e que, segundo o Cairo, poderia afetar o fornecimento de água
O Egito pediu nesta sexta-feira ao Conselho de Segurança da ONU que intervenha no conflito com Etiópia sobre sua represa no Nilo, que causou tensões na região e que, segundo o Cairo, poderia afetar o fornecimento de água.
Adis Abeba já concluiu a construção da barragem de 45 metros do Grande Reservatório da Renascença, considerada a maior instalação hidrelétrica da África e está prestes a começar a encher em julho.
No entanto, as negociações entre Egito, Sudão e Etiópia estão paralisadas porque os três países não alcançam um acordo sobre a distribuição de água.
O Egito apresentou uma solicitação ao Conselho de Segurança das Nações Unidas "para pedir sua intervenção, enfatizando a importância dos três países [...] continuarem suas negociações de boa fé", disse o Ministério das Relações Exteriores do Egito.
O Egito acusa a Etiópia de bloquear as discussões com uma atitude "não positiva" e sua "insistência em querer encher unilateralmente a barragem".
A Etiópia considera essencial a barragem de 145 metros de altura para o seu desenvolvimento, mas o Sudão e o Egito temem que o reservatório restrinja seu acesso à água.
O reservatório, construído no Nilo Azul, um dos dois afluentes que compõem o Nilo, gerou fortes tensões entre Adis Abeba e o Cairo desde 2011.
O Nilo Azul nasce na Etiópia e depois se junta ao Nilo Branco em Cartum, para formar o Nilo que atinge o território egípcio e deságua no Mediterrâneo.
O Nilo contribui com 97% dos recursos hídricos do Egito, cuja população está 95% concentrada ao longo de suas margens.
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