Com medidas pontuais, as propostas dos candidatos à Prefeitura de São Paulo nas eleições 2020 para conter as enchentes na capital esbarram na falta de um plano contínuo, que sobreviva à troca de gestão
Com medidas pontuais, as propostas dos candidatos à Prefeitura de São Paulo nas eleições 2020 para conter as enchentes na capital esbarram na falta de um plano contínuo, que sobreviva à troca de gestão. Especialistas apontam que o aumento na frequência de chuvas intensas devem transformar as inundações em um dos principais desafios ao próximo prefeito, o que é agravado por décadas de investimento em soluções imediatistas como piscinões e grandes obras de drenagem.
Os programas de governo de candidatos na capital paulista falam em recuperação ambiental de áreas estratégicas, criação de novos sistemas de monitoramento das enchentes, operações para limpar bueiros e desassorear rios, trocar pavimentos, aumentar o número de parques lineares e investir em obras de infraestrutura. Há poucos detalhes sobre como as obras serão feitas, as prioridades entre as ações e como as medidas podem ser complementares na solução do problema.
O plano do prefeito Bruno Covas (PSDB), que tenta a reeleição, por exemplo, fala em "investir pesado em saneamento básico, remoção de áreas de risco, drenagem, prevenção de enchentes e alagamentos", além de destacar nove piscinões entregues pela gestão atual. Celso Russomanno (Republicanos) prevê "dar continuidade ao programa de recuperação ambiental dos cursos d'água" e também implantar "a tecnologia de fitorremediação e uso de meios naturais para a recuperação das microbacias do município".
Guilherme Boulos (PSOL), que traz ao menos cinco medidas para o tema, promete um "Sistema Municipal de Prevenção e Mitigação de Desastres", ampliação das áreas verdes, um Plano Municipal de Drenagem para aumentar o uso de materiais permeáveis no solo e a ampliação da "Operação Cata-Bagulho" para retirar objetos de canais e córregos da cidade.
Já Márcio França (PSB) quer intensificar a limpeza de bueiros e desassorear córregos para melhorar o fluxo de água na rede de drenagem, e menciona também campanhas de conscientização contra o descarte irregular do lixo. Ele cita ainda um recapeamento estratégico de vias para melhorar a absorção de água, e um plano de mapeamento das áreas de risco.