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Eleitorado castiga partida de Angela Merkel em duas eleições regionais

O partido conservador da chanceler alemã, Angela Merkel, enfraquecido pela crise sanitária e um escândalo financeiro, sofreu uma dura derrota em duas eleições regionais neste domingo (14), seis meses antes das legislativas, de acordo com pesquisas de boca de urna

AFP
14/03/2021 às 16:55.
Atualizado em 22/03/2022 às 09:08

O partido conservador da chanceler alemã, Angela Merkel, enfraquecido pela crise sanitária e um escândalo financeiro, sofreu uma dura derrota em duas eleições regionais neste domingo (14), seis meses antes das legislativas, de acordo com pesquisas de boca de urna.

A União Democrática Cristã (CDU) registrou uma grande derrota nas regiões de Baden-Württemberg e Renânia-Palatinado, onde pode obter o pior resultado de sua história, segundo pesquisas das emissoras ARD e ZDF.

Em Baden-Württemberg, a CDU obteve 23% dos votos, contra 27% obtidos há cinco anos; enquanto na Renânia-Palatinado convenceu entre 25,5% e 26% dos eleitores, contra 31,8% em 2016, segundo ARD e ZDF.

Embora os conservadores não eram vistos como favoritos nesses dois estados regionais, liderados respectivamente pelos Verdes e pelos social-democratas, eles registraram um retrocesso notável a seis meses das eleições legislativas de 26 de setembro.

As revelações em cascata sobre o chamado "caso das máscaras" e as críticas crescentes à gestão da crise de saúde anunciavam "sombrias perspectivas" eleitorais para os conservadores, opinou neste domingo o jornal popular Bild.

O CDU atravessa "sua crise mais grave" desde o escândalo das caixas pretas da queda do Helmut Kohl no final dos anos 90, estimam muitos cientistas políticos.

Suspeita-se que dois deputados teriam recebido comissões pela compra de máscaras no início da pandemia do coronavírus, manchando a imagem do partido.

Neste domingo à noite, o secretário-geral da CDU, Paul Ziemiak, disse que o partido terá "tolerância zero" para "qualquer um que tente enriquecer durante a crise". Segundo Ziemiak, o escândalo da máscara "teve um forte impacto" nos resultados das eleições regionais.

Cerca de 11 milhões de eleitores estavam aptos a votar na eleição parlamentar regional.

Em Baden-Wurtemberg, uma região próspera e coração da indústria automobilística alemã, a vitória anunciada dos Verdes oferecerá um terceiro mandato a Winfried Kretschmann, de 72 anos, o único ambientalista que governa uma região alemã.

A coalizão com o CDU, que dirige há cinco anos, costuma ser considerada o laboratório de uma possível aliança nacional entre esses dois partidos nas eleições de 26 de setembro.

Os Verdes, que teriam vencido com cerca de 31% dos votos, segundo a pesquisa de boca de urna, terão assim uma boa margem para negociar uma nova aliança, com a CDU ou com os social-democratas, ou até com os liberais.

Na região Renania-Palatinado, vizinha da França, Bélgica e Luxemburgo, as coisas também não deram certo para o partido da chanceler.

Depois de acalentar a ideia de acabar com três décadas de dominação social-democrata, o CDU ficou muito atrás nas urnas da atual líder da região, Malu Dreyer, que obteve cerca de 34% dos votos e renovará seu mandato.

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