INTERNACIONAL

Em mensagem à China, Índia anuncia conversas com EUA, Austrália e Japão

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, vai se encontrar virtualmente com os primeiros-ministros de Austrália, Índia e Japão, anunciou a Índia, impulsionando uma aliança emergente entre os quatro países frequentemente tida como um bastião contra a China

AFP
09/03/2021 às 16:44.
Atualizado em 22/03/2022 às 09:03

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, vai se encontrar virtualmente com os primeiros-ministros de Austrália, Índia e Japão, anunciou a Índia, impulsionando uma aliança emergente entre os quatro países frequentemente tida como um bastião contra a China.

Será uma das primeiras cúpulas, ainda que em formato virtual, para Biden, que prometeu reacender as alianças dos EUA. Ele já realizou sua primeira cúpula virtual com o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau.

A Índia, ao anunciar a participação do primeiro-ministro, Narendra Modi, disse que os líderes debateriam assuntos como as mudanças climáticas e a pandemia de covid-19 - duas prioridades para Biden.

"Os líderes discutirão questões regionais e globais de interesse comum e trocarão opiniões sobre áreas práticas de cooperação visando manter um Indo-Pacífico livre, aberto e inclusivo", afirmou o Ministério das Relações Exteriores da Índia em um comunicado na terça-feira.

Os diálogos, também envolvendo o primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, e o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, abordarão ainda a promoção da segurança marítima e a "garantia de vacinas seguras, equitativas e acessíveis" para combater a covid-19 na Ásia, indicou a nota indiana.

As outras três nações do chamado "Quad" não confirmaram imediatamente a reunião, embora o Japão tenha dito que Suga falou por telefone na quinta-feira com Modi.

Suga expressou alarme sobre as "tentativas unilaterais da China de mudar o status quo no Oriente e no Mar da China", assim como a situação dos direitos em Xinjiang e Hong Kong.

A cúpula segue as negociações de 18 de fevereiro entre os ministros das relações exteriores do Quad, quando eles pressionaram em conjunto pela restauração da democracia em Mianmar depois que os militares depuseram a líder democrática Aung San Suu Kyi em 1º de fevereiro.

As autoridades americanas consideram a reunião uma forma fundamental de exercer pressão, já que a Índia e o Japão mantêm relações mais estreitas com os militares de Mianmar, que historicamente contam com a China como sua principal fonte de apoio.

Os ministros do Quad, no entanto, tiveram o cuidado de não fazer uma menção explícita à China, que já manifestou alarme com o que considera um esforço para atacar seus interesses na Ásia.

Após a eleição de Biden, a mídia estatal chinesa publicou artigos pedindo que a Índia acabasse com a aliança do quarteto, vendo Nova Delhi como o adversário mais provável.

Mas as opiniões se endureceram na Índia depois que uma batalha no Himalaia no ano passado matou pelo menos 20 soldados indianos. A China apontou quatro mortos, em uma confirmação que demorou meio ano.

A Austrália também demonstra cada vez mais vontade de participar do Quad à medida que as relações com Pequim se deterioram. No ano passado, juntou-se a exercícios navais com as três outras nações na costa da Índia.

O Quad foi lançado em 2007 pelo então primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, que estava alarmado com a crescente assertividade da China na Ásia.

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