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Em uma cidade escocesa, comerciantes ajudam idosos preocupados com a pandemia

Depois de ver uma idosa angustiada por não encontrar o que era necessário para se proteger contra o coronavírus, Asiyah Javed teve uma ideia: distribuir gratuitamente pacotes de sabão e máscaras aos idosos em uma cidade escocesa

AFP
17/03/2020 às 12:38.
Atualizado em 05/04/2022 às 00:41

Depois de ver uma idosa angustiada por não encontrar o que era necessário para se proteger contra o coronavírus, Asiyah Javed teve uma ideia: distribuir gratuitamente pacotes de sabão e máscaras aos idosos em uma cidade escocesa.

Javed, de 34 anos, é dona de uma loja em Stenhousemuir, no centro da Escócia.

Um dia, ao sair de um supermercado, encontrou uma idosa sozinha, chorando ao lado de seu carrinho: explicou que temia que todo o sabão acabasse, quando a principal recomendação do governo Boris Johnson é lavar as mãos com frequência e extensivamente.

"Foi então que decidi fazer algo pelos idosos", explica esta lojista à AFP.

"Voltei à loja, empacotei sabonete e desinfetante para as mãos e máscaras em pequenas sacolas. Publiquei uma mensagem no Facebook dizendo que as entregaria gratuitamente para clientes idosos ou deficientes", conta.

Asiyah e seu marido Jawad, de 35 anos, foram trabalhar e rapidamente prepararam e distribuíram os pacotes a todas as famílias com pessoas idosas que puderam encontrar na região.

"Financiamos este projeto com nosso próprio dinheiro, mas alguns clientes nos enviaram envelopes com 10 ou 20 libras porque queriam fazer uma contribuição", explica Jawad.

E ele diz ter esperança de que "todos contribuam para que possamos alcançar outras regiões".

"Quando chegamos com os pacotes, [os idosos] nos abraçam e agradecem, ficam muito felizes que estejamos fazendo isso por eles", afirma.

Senga Benfell, um residente de Stenhousemuir, 91 anos, é um dos beneficiários desses pacotes.

Lembra que teve uma experiência semelhante à atual pandemia de COVID-19 quando jovem, com o aparecimento de uma epidemia de febre escarlatina que afetou as crianças da região.

"Naquela época, todas as crianças da escola tinham que ser vacinadas. Fomos forçados a fazê-lo", conta ele, referindo-se a um "momento de medo, especialmente para as famílias".

Além disso, sua vizinha de 80 anos, Mary Tripney, conta as dificuldades que enfrenta agora para encontrar produtos de necessidades básicas, como rolos de papel higiênico.

Para ela, o comportamento daqueles que esvaziam as lojas sem pensar nos outros é quase mais preocupante do que o próprio vírus, o que a faz apreciar ainda mais a chegada do pequeno pacote com desinfetante para as mãos.

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