INTERNACIONAL

Embaixador birmanês na ONU denuncia militares após novo dia de protestos

O embaixador de Mianmar na ONU, Kyaw Moe Tun, expressou nesta sexta-feira (26) oposição direta aos militares e exigiu "o fim do golpe", depois que este país do sudeste asiático vivenciou outro dia de tensos protestos

AFP
26/02/2021 às 22:11.
Atualizado em 22/03/2022 às 11:19

O embaixador de Mianmar na ONU, Kyaw Moe Tun, expressou nesta sexta-feira (26) oposição direta aos militares e exigiu "o fim do golpe", depois que este país do sudeste asiático vivenciou outro dia de tensos protestos.

"Precisamos da ação mais enérgica possível da comunidade internacional para colocar um fim imediatamente no golpe militar", afirmou com a voz trêmula perante a Assembleia Geral, em uma sessão especial sobre Mianmar.

"Mostraremos aos militares (birmaneses) que suas ações terão consequências", disse a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield.

Essas críticas coincidiram com a intervenção das forças de segurança birmanesas que dispersaram nesta sexta-feira em Yangon centenas de manifestantes que exigiam o retorno da democracia e a libertação de Aung San Suu Kyi, em um novo dia de tensões.

Mianmar continua mergulhada em uma onda de protestos, com manifestações que levaram centenas de milhares de pessoas às ruas, desde que os militares tomaram o poder em 1º de fevereiro.

A polícia e o exército intervieram com rigor em algumas localidades, mas em Yangon, a capital econômica, até agora tinham conseguido dispersar os protestos com importantes contingentes, sem o uso excessivo da força.

No entanto, nesta sexta, os agentes da tropa de choque foram de encontro aos manifestantes, embora a maioria deles estivesse sentada no chão e repetisse lemas a favor da democracia.

Segundo a imprensa, mais de 31 pessoas foram presas em Yangon, entre elas um jornalista japonês independente, que "levou um golpe na cabeça com um cassetete, mas usava um capacete", relatou o assistente do jornalista no Facebook.

Os manifestantes ergueram barricadas com mesas e arame farpado para barrar a intervenção policial.

"O fracasso da ditadura é a nossa causa, nossa causa!", gritavam os manifestantes.

Também houve protestos em Mandalay, a segunda cidade mais populosa do país.

Milhares de pessoas se concentraram no centro da cidade, muitas vestidas de branco e usando máscaras e chapéus vermelhos, cor da Liga Nacional para a Democracia (LND), o partido de Aung San Suu Kyi.

Ao final do protesto, a polícia usou estilingues para atirar pedras contra os manifestantes. Cinco deles ficaram feridos, um deles gravemente, informou o médico Thet Htay.

Segundo uma emissora pública, 39 pessoas foram presas em Mandalay e 25 em Naipyidó, a capital.

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