Emergência para dengue não atinge Piracicaba

A Prefeitura Municipal não declarou estado de emergência para enfrentamento da dengue, a exemplo do Governo de São Paulo. Piracicaba permanece com capacidade para atender à demanda de pacientes e a Secretaria de Saúde segue acompanhando a possível evolução de casos. 

O decreto de emergência para enfrentamento da epidemia da dengue foi anunciado pelo governo paulista na terça-feira, conforme noticiou a Gazeta na edição de ontem. A medida foi tomada em função do aumento de casos no Estado. O registro de mais de 300 casos por 100 mil habitantes durante quatro semanas consecutivas classifica o cenário como de epidemia.

Em Piracicaba, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, são 216 novos casos para cada 100 mil habitantes nas últimas quatro semanas, sem nenhum óbito. De acordo com Vigilância Epidemiológica (VE), de 01/01 a 05/03 de 2024 foram registradas 5.752 notificações para a dengue com 1.882 casos positivos. No mesmo período de 2023, foram 1.435 notificações, 123 casos confirmados e nenhum óbito. Em 2022, foram 1.044 notificações, 63 confirmações, sem óbito.

O secretário municipal Augusto Muzilli Junior explica a situação, lembrando que diferente dos anos de 2019 e 2021 – últimos dois anos com grande número de casos – quando o crescimento dos casos aconteceram em abril, neste ano houve uma antecipação, iniciando o ano com um número já muito elevado de casos. “Estamos atentos no monitoramento de novos casos da dengue, conforme preconiza a Organização Mundial da Saúde (OMS), bem como acompanhando a tendência histórica da doença na cidade, uma vez que em 2024 se apresenta atípica em todo o Brasil. Apesar do número registrado até o momento em Piracicaba, a rede de saúde tem absorvido bem o crescimento da demanda até aqui. Caso avaliarmos que seja necessário a ampliação do atendimento, nossas equipes estão organizadas para esta ação de forma imediata”, apontou.

Ainda segundo Muzzili, a participação da população no combate ao mosquito Aedes é imprescindível. “Enfatizamos a importância da colaboração da população no combate à dengue. Mais de 80% dos mosquitos estão dentro de nossas residências, então, se não tivermos criadouros em casa, o problema com a dengue tende a reduzir drasticamente. É preciso tampar e vedar bem as caixas de água, quando captar água de chuva manter os baldes sempre muito bem tampados e aplicar cloro para que o mosquito não deposite ovos no local, limpar as calhas, entre outras ações que todos já sabemos. Com este apoio da população, a cidade não vai precisar fazer um decreto de emergência para os casos de dengue”.

O secretário destacou o trabalho do Programa Municipal de Combate ao Aedes (PMCA) e seus parceiros. “Somente neste ano, nos mutirões visitamos mais de 12 mil residências com apoio dos agentes de saúde, e recolhemos mais de 48 toneladas de inservíveis, material que seria potencial criadouro da dengue, por meio dos arrastões. Além disso, temos permanente trabalho de nebulização nas regiões mais afetadas pelo mosquito da Aedes”, enfatizou.

Ações 
O trabalho segue intensificado na cidade. Ontem, a equipe de orientação pedagógica do PMCA começou uma jornada de capacitação de professores da rede municipal, inicialmente, em 16 unidades instaladas na região Leste. A proposta é que estes professores sejam multiplicadores para os estudantes.

Para o próximo sábado, 9, das 8h às 13h, o Mutirão da Dengue estará nos bairros Itapuã e Jardim Planalto. Na mesma data, mas das 8h às 14h, o Arrastão da Dengue vai passar pelos bairros Jardim Oriente, Serra Verde, Água Branca e adjacências.

Denúncia
Para denunciar imóveis abandonados ou locais que tenham possíveis criadouros da dengue bastar registrar solicitação junto ao SIP 156 ou diretamente no PMCA pelo telefone (19) 3427-3351.

Saiba Mais
Ontem, o Hospital Unimed informou que, neste ano, foram registradas 45 internações por dengue, sendo 19 em janeiro, 23 em fevereiro e três internações até terça-feira, dia 5 de março.

A Gazeta consultou a Santa Casa de Piracicaba e o HFC Saúde, mas não obteve resposta.