Gabriela Giordano: "Precisamos nos colocar no lugar do paciente" (Divulgação)
Para a cardiologista Gabriela Giordano, o exercício da profissão exige empatia, que é se conectar ao mundo do paciente e o que ele apresenta. "Precisamos entender o paciente e nos colocarmos no lugar dele, para que se estabeleça a relação de confiança. Com acesso cada vez maior às informações, ele precisa confiar plenamente no seu médico a fim de se abrir, sanar suas dúvidas e aceitar a orientação. Assim o médico também consegue definir o melhor tratamento".
Trata-se, portanto, de um trabalho que se desenvolve com o tempo. "Profissionalmente temos que estudar muito e sempre, senão não conseguimos dar o nosso melhor. Temos que saber todo o contexto do paciente. Há aqueles que são mais sensíveis, o que exige maior cautela na abordagem; outros exigem diálogo junto com a família, porque não estão em condições de definir nada sozinho. Mas este envolvimento exige experiência e critério para que se desenrole de forma consensual", explica Gabriela.
Nesses últimos dois anos, segundo ela, têm aumentado significativamente os casos de pacientes com quadro de ansiedade e crise de pânico. "Possivelmente, pelo fato de muitas pessoas terem tido maior contato com a morte, devido à pandemia de Covid-19. São crises que pode somatizar e potencializar alguns problemas de saúde já existente. Isso temos observado".
No plano da inovação, ela acha que há ainda muito espaço para os médicos generalistas. "Por intermédio desses profissionais, o paciente recebe a melhor orientação e encaminhamento no caso de precisar do especialista. Cada vez tem aparecido técnicas inovadoras de diagnóstico, mas somente a tecnologia não é suficiente se sua indicação não for precisa. Ou seja, tecnologia tem que andar ao lado do conhecimento. Isso significa experiência e estudo", conclui.