INTERNACIONAL

Encarecimento da eletricidade provoca crise no governo espanhol

Em plena onda de frio na Espanha, o forte aumento das contas de energia elétrica semeia a discórdia no governo de coalizão de esquerda, dividido sobre a hipotética nacionalização das companhias elétricas para baratear o preço

AFP
14/01/2021 às 17:11.
Atualizado em 23/03/2022 às 22:29

Em plena onda de frio na Espanha, o forte aumento das contas de energia elétrica semeia a discórdia no governo de coalizão de esquerda, dividido sobre a hipotética nacionalização das companhias elétricas para baratear o preço.

As intensas nevascas e o frio glacial que afetam grande parte do país e paralisaram Madri dispararam a demanda e o preço da energia no mercado atacadista, no qual as empresas vendem e compram eletricidade antes de revendê-la ao cliente final.

Este fenômeno, acentuado pela escassa produção de energia renovável nestes dias devido às condições climatológicas, faz temer um aumento na conta de eletricidade para particulares.

O partido de esquerda radical Podemos, sócio minoritário do chefe do governo socialista Pedro Sánchez há um ano, aproveitou para relançar a proposta de nacionalizar as companhias elétricas.

"Uma empresa pública é um instrumento útil que ajudaria a baixar os preços", defendeu em um tuíte na terça-feira o ministro do Consumo, Alberto Garzón, membro da esquerda (coordenador do IU), associada ao Podemos e ao PSOE no governo.

Nacionalizar "não é uma boa ideia", respondeu a ministra socialista de Transição Ecológica, Teresa Ribera, sugerindo uma reforma estrutural do mercado de energia que reduza a conta para o consumidor.

Ribera evocou a busca de "mecanismos colchão", que amorteçam as súbitas flutuações nos preços, disse nesta quinta-feira em entrevista por rádio.

Nos últimos meses são frequentes os choques entre os dois sócios de governo em questões como aumento do salário mínimo, reforma do mercado de trabalho para proteger mais o funcionário ou redução da jornada de trabalho.

Os socialistas de Pedro Sánchez tendem mais a manter o status quo até que a economia supere os estragos causados pela covid-19, enquanto o Podemos pressiona para avançar em suas reivindicações sociais.

emi/dbh/age/mvv

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