Especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) desembarcam neste sábado em Pequim para preparar uma missão que pretende determinar a origem da pandemia, que continua em propagação nos Estados Unidos e Brasil, onde deixou mais de 70
Especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) desembarcam neste sábado em Pequim para preparar uma missão que pretende determinar a origem da pandemia, que continua em propagação nos Estados Unidos e Brasil, onde deixou mais de 70.000 mortos.
Um epidemiologista e um especialista em saúde animal da instituição se reunirão nos próximos dias com autoridades chinesas e devem preparar o caminho para uma missão futura que pretende esclarecer, por exemplo, se o novo coronavírus infectou o homem a partir de um animal e se usou na trajetória um animal intermediário.
A OMS pretende reunir as peças de um quebra-cabeças indispensável para saber o que aconteceu no fim do ano passado na cidade chinesa de Wuhan, onde surgiu o vírus, e como evitar uma nova pandemia, explicou durante a semana a porta-voz da instituição, Margaret Harris.
O anúncio da missão foi elogiado pelos Estados Unidos, o país que mais critica a OMS por sua gestão da pandemia e que decidiu abandonar a instituição da ONU.
Na sexta-feira, o diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que "apenas uma ação agressiva combinada com a unidade nacional e a solidariedade mundial podem reverter a trajetória da pandemia", que já provocou 560.425 mortes em todo o planeta e 12,5 milhões de casos, de acordo com um balanço da AFP com base em fontes oficiais.
Enquanto os contágios avançam, laboratórios de todo o mundo trabalham intensamente na busca por uma vacina.
No momento, a OMS registra 21 vacinas candidatas que estão em testes clínicos com seres humanos em todo o mundo (contra 11 em meados de junho). Um terço dos testes acontece na China. Uma das pesquisas mais avanças é o projeto chinês do laboratório Sinovac, em associação com o instituto de pesquisas brasileiro Butantan.
O governo do estado de São Paulo começará a testar em 20 de julho a vacina da Sinovac em 9.000 voluntários.
Neste sábado, o bilionário americano Bill Gates se declarou otimista a respeito da luta contra a COVID-19 e defendeu a distribuição de remédios e vacinas aos que precisam, e não os que pagam as maiores quantias.
"Se deixarmos que os medicamentos e as vacinas sigam para os que oferecem os maiores preços, ao invés das pessoas que mais precisam, teremos uma pandemia mais longa, mais injusta e mais letal", afirmou o fundador da Microsoft.
América Latina e Caribe registram 140.829 mortes e 3,2 milhões de infectados. O Brasil é o segundo país mais afetado do planeta, com 1,8 milhão de casos e mais 70.000 vítimas fatais. Nas últimas 24 horas foram contabilizados 45.048 casos e 1.214 óbitos.
O presidente Jair Bolsonaro é um dos infectados, mas está bem e o contágio não parece ter modificado sua maneira de encarar a pandemia. Ele sempre criticou as medidas de confinamento decretadas por vários estados e, com frequência, aparece em público sem máscara.
As comunidades indígenas brasileiras são especialmente vulneráveis à COVID-19: de acordo com números oficiais, a pandemia infectou mais de 9.000 indígenas e matou 193.
Além de Bolsonaro, esta semana a presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, também testou positivo para o novo coronavírus. Ela não apresenta sintomas e está isolada em sua residência.