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EUA perde 38,6 milhões de empregos e pode demandar mais ajuda, diz secretário do Tesouro

Os Estados Unidos alcançaram nesta quinta-feira (21) 38,6 milhões de pedidos de auxílio-desemprego desde meados de março por causa da pandemia e, segundo o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, a economia americana muito provavelmente precisará de uma nova injeção de recursos do governo federal

AFP
21/05/2020 às 17:48.
Atualizado em 27/03/2022 às 22:50

Os Estados Unidos alcançaram nesta quinta-feira (21) 38,6 milhões de pedidos de auxílio-desemprego desde meados de março por causa da pandemia e, segundo o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, a economia americana muito provavelmente precisará de uma nova injeção de recursos do governo federal.

O Departamento do Trabalho informou que outros 2,43 milhões de pessoas fizeram uso do seguro-desemprego na semana de 10 a 16 de maio, aumentando o total de desempregados nas últimas nove semanas para uma alta antes vista no país por causa da suspensão das atividades para conter a propagação do novo coronavírus.

Porém, as perdas semanais de empregos poderiam chegar a 4,7 milhões, se somados os 2,22 milhões de beneficiados do programa de Assistência Federal de Desemprego para a Pandemia, direcionado aos autônomos que não se qualificariam para o benefício.

Outras informações publicadas nesta quinta mostraram que as vendas de imóveis usados nos EUA sofreram um colapso em abril, e que a atividade manufatureira na região nordeste do país melhorou, apesar do mínimo dos últimos 40 anos registrado no último mês.

Em meio aos planos do governo americano para a reabertura econômica, Mnuchin apresentou a possibilidade de uma nova injeção de recursos.

"Acho que há uma forte probabilidade de que precisaremos de outra lei", além dos US$ 3 trilhões aprovados pelo Congresso, que já estão sendo usados para impulsionar a economia, ressaltou Mnuchin.

"Vamos revisar (o plano econômico) cuidadosamente nas próximas semanas e dizer muito claramente como precisaremos gastar mais dinheiro e se precisaremos", disse o secretário, em um evento promovido pela publicação The Hill, focada no Congresso.

No entanto, recentemente, Mnuchin rejeitou o novo plano de ajuda de US$ 3 trilhões que havia sido aprovado pela Câmara de Representantes (baixa), controlada pela oposição democrata, chamando-o de "projeto de lei partidário".

"Esse não é o nosso foco agora", comentou Mnuchin sobre o pacote emergencial na época.

A nova legislação proposta pela oposição inclui US$ 1 trilhão para governos estaduais e locais, uma outra rodada de pagamentos para milhões de famílias americanas afetadas pela COVID-19, fundos direcionados para hospitais, pagamento para profissionais da saúde e ajuda para pequenas empresas impactadas pela crise gerada pela pandemia.

Tratam-se de medidas que muitos economistas têm solicitado.

O presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Jerome Powell, disse nesta semana que uma ajuda emergencial adicional poderia ser necessária, argumentando que, apesar do custo, valeria a pena caso o pacote econômico pudesse evitar um maior colapso econômico.

Porém, Mnuchin ressaltou que ainda teria muito tempo para decidir sobre uma nova rodada de injeção de recursos, já que parte dos fundos previamente aprovados ainda serão inseridos na economia.

Os pedidos de auxílio desemprego nos Estados Unidos parecem ter ultrapassado o pico no final de março, mas os economistas estimam que a situação real é provavelmente pior do que os números indicam, considerando os muitos que ainda não se qualificaram para o benefício.

"O aumento dramático nos pedidos de auxílio-desemprego está diminuindo, mas ainda é maior do que qualquer outro período", escreveu no Twitter a especialista em mercado de trabalho da ONG Centro para Crescimento Equitativo, Kate Bahn, observando que esse último número foi três vezes maior do que o registrado antes da pandemia.

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