O governo dos Estados Unidos iniciou, nesta terça-feira (20), um processo judicial contra o Google por manter um "monopólio ilegal" das buscas e publicidade na internet, solicitando mudanças "estruturais" que abram as portas para uma possível fragmentação da empresa
O governo dos Estados Unidos iniciou, nesta terça-feira (20), um processo judicial contra o Google por manter um "monopólio ilegal" das buscas e publicidade na internet, solicitando mudanças "estruturais" que abram as portas para uma possível fragmentação da empresa.
A causa, de grande significado político, pode levar anos para ser desenvolvida, mas desde já inicia uma grande batalha entre o governo americano e uma gigante da tecnologia, com implicações potencialmente importantes para o setor.
O promotor adjunto do Departamento de Justiça, Jeffrey Rosen, disse que o caso iniciado junto com 11 estados aponta para a posição monopólica do Google no ecossistema digital.
"Google é a porta de entrada para a internet", disse Rosen à imprensa, citando os bilhões em pagamentos da companhia aos fabricantes de dispositivos para continuar sendo o principal motor de buscas.
"Manteve seu monopólio mediante práticas excludentes que são prejudiciais para a concorrência", acrescentou.
A ação iniciada em Washington propõe que o tribunal considere uma série de soluções, entre elas uma possível fragmentação da empresa, embora não ofereça muitas precisões.
Os demandantes pedem ao tribunal que "proíba o Google" das práticas monopólicas e considere "o alívio estrutural necessário para reparar qualquer dano" aos seus concorrentes. Isso poderia significar mudanças internas na gigante tecnológica.
Questionado sobre como os funcionários poderiam dividir o Google, Rosen evitou responder e disse: "O litígio terá que continuar um pouco mais antes de querermos estabelecer detalhes específicos".
O Google chamou a acusação de "profundamente falha".
"As pessoas usam o Google porque o escolheram, não porque são obrigadas a fazê-lo ou porque não podem encontrar alternativas", disse a empresa.
O processo foi apresentado após meses de investigações por parte de agentes antimonopólio federais e estaduais no país, que buscam analisar o poder da gigante tecnológica, e por pesquisas paralelas sobre outros titãs como Amazon, Facebook e Apple.
As agências federais, os comitês parlamentares e os promotores iniciaram várias investigações contra essas empresas em quase todos os estados do país.
O comportamento dessas empresas provocou a ira tanto dos funcionários conservadores, que as acusam de parcialidade, quanto dos progressistas, preocupados com as infrações à lei da concorrência e com o fortalecimento das desigualdades.
Rosen disse que o caso do Google não será o último em relação à sua pesquisa sobre as grandes plataformas tecnológicas.