EUA sancionam enviado do Irã no Iêmen

Os Estados Unidos impuseram sanções ao enviado do Irã ao Iêmen nesta terça-feira (8), aumentando a pressão sobre os rebeldes huthis enquanto o presidente americano, Donald Trump, considera designá-los como terroristas.

O Departamento do Tesouro aplicou leis antiterrorismo a Hasan Irlu, descrito por Teerã como seu embaixador no Iêmen, onde os huthis controlam vastos territórios, incluindo a capital, Sanaa.

"O apoio do Irã aos huthis alimenta o conflito no Iêmen e exacerba a instabilidade do país", disse o secretário de Estado, Mike Pompeo, em um comunicado.

Segundo ele, com a presença de Irlu no Iêmen, a Força Quds, uma unidade de elite da Guarda Revolucionária Iraniana, "está mostrando sua intenção de aumentar o apoio aos huthis e complicar ainda mais os esforços para chegar a uma solução negociada para o conflito."

Altos funcionários americanos dizem que o Irã forneceu apoio militar aos huthis, com os quais compartilham laços religiosos, embora vários analistas questionem a magnitude dessa ajuda e acreditem que Teerã está tentando principalmente prejudicar seu grande rival regional, a Arábia Saudita, um aliado do governo do Iêmen.

O Iêmen foi palco de uma catástrofe humanitária após a operação militar lançada por uma coalizão liderada por Riade contra os huthis. Os ataques deixaram muitos civis mortos e destruíram infraestruturas essenciais, como escolas e hospitais.

Em seus últimos dias no poder, o governo Trump, que considera o Irã como seu maior inimigo, estuda a possibilidade de designar os huthis como organização terrorista.

Oenegés e parlamentares do Partido Democrático do presidente eleito Joe Biden alertaram para as consequências dessa decisão que, segundo eles, pode comprometer os esforços humanitários, por temor de que organizações internacionais de ajuda sofram repercussões jurídicas nos Estados Unidos.

A administração Trump já designou a Força Quds iraniana como organização terrorista e em janeiro matou seu comandante, Qasem Soleimani, durante sua visita ao Iraque.

O governo dos EUA também sancionou a Al Mustafa International University, uma instituição iraniana com filiais em outros países, na terça-feira.

As sanções congelam os ativos americanos de seus alvos e penalizam suas transações, isolando-os da maior parte do sistema bancário internacional.

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