Donald Trump assinará um decreto nesta quarta-feira para proibir a imigração permanente para os Estados Unidos em face do aumento do desemprego causado pela pandemia de coronavírus, que a OMS diz que durará "muito tempo"
Donald Trump assinará um decreto nesta quarta-feira para proibir a imigração permanente para os Estados Unidos em face do aumento do desemprego causado pela pandemia de coronavírus, que a OMS diz que durará "muito tempo".
A Organização Mundial da Saúde (OMS) observou que, embora a pandemia - que deixou mais de 180.000 mortos em todo o mundo - tenha se estabilizado ou esteja em declínio na Europa, existem "tendências perturbadoras" na América Latina, África e Europa Oriental.
"Não se enganem: temos um longo caminho pela frente. Esse vírus nos acompanhará por um longo tempo", alertou o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em uma videoconferência.
Robert Redfield, diretor do Centro Americano de Prevenção e Controle de Doenças (CDC), emitiu um aviso semelhante, apontando o risco de uma segunda onda no próximo inverno.
"Teremos a epidemia de gripe e a epidemia de coronavírus ao mesmo tempo", disse ele em entrevista ao The Washington Post.
No total, mais de 2,5 milhões de casos foram diagnosticados em 193 países e territórios. Com 45.000 mortes, os Estados Unidos são o país onde o vírus mais matou. Na sequência aparecem Itália (25.085 mortos), Espanha (21.717), França (21.340) e Reino Unido (10.100).
Pelo menos 4,5 bilhões de pessoas, ou 58% da população mundial, vivem confinadas ou forçadas a limitar seus movimentos.
A pandemia já está causando sérios danos econômicos que o apoio de governos e instituições multilaterais não consegue impedir.
Nos Estados Unidos, onde 22 milhões de pessoas perderam seus empregos nesta crise, Trump anunciou que suspenderá a imigração legal permanente por pelo menos dois meses, para proteger a força de trabalho local.
"Vou assinar hoje (quarta-feira) o decreto que proíbe a imigração em nosso país", afirmou o presidente em um tweet.
A medida não afetará os vistos de trabalho temporário, mas afetará os green cards, documento que dá residência permanente ao beneficiário.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) alertou para a "pior crise internacional desde a Segunda Guerra Mundial" em relação à situação do emprego.
A pandemia "pode dobrar a taxa de desemprego na Europa nos próximos meses", disse a consultoria americana McKinsey.
Na Europa, onde o coronavírus matou mais de 112.848 pessoas - dois terços do total -, de acordo com os números mais recentes da quarta-feira, o confinamento mais ou menos rigoroso é aplicado na maioria dos países.
Alguns, como Alemanha, Áustria, Noruega ou Dinamarca, começaram a suspender parte das medidas de confinamento, mas mantendo o distanciamento social.