INTERNACIONAL

Europa deve se preparar para pandemia 'mais dura' nos próximos meses

A pandemia de coronavírus vai se agravar na Europa nos próximos dois meses e a mortalidade vai aumentar, alertou nesta segunda-feira (14) um diretor da Organização Mundial da Saúde, um dia após o mundo registrar um recorde de contágios diários

AFP
14/09/2020 às 09:35.
Atualizado em 25/03/2022 às 01:57

A pandemia de coronavírus vai se agravar na Europa nos próximos dois meses e a mortalidade vai aumentar, alertou nesta segunda-feira (14) um diretor da Organização Mundial da Saúde, um dia após o mundo registrar um recorde de contágios diários.

Diante da multiplicação de focos da doença em todo o mundo, os países voltam a impor fortes medidas de contenção.

A Inglaterra, por exemplo, adotará restrições às reuniões sociais, enquanto Israel voltará a impor um confinamento nacional a partir do fim de semana.

"Vai ser mais duro. Em outubro, em novembro, vamos observar uma mortalidade mais elevada", afirmou em uma entrevista à AFP o médico belga Hans Kluge, diretor para a Europa da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A Europa registra atualmente uma aceleração dos contágios, sobretudo na Espanha e na França, embora a taxa de mortalidade permaneça estável.

A OMS Europa organiza uma reunião nesta segunda-feira e na terça-feira com os 55 Estados membros para abordar a resposta à pandemia e elaborar uma estratégia quinquenal.

Segundo Kluge, a descoberta de uma vacina contra o vírus não vai encerrar a pandemia. "Escuto o tempo todo: "a vacina será o fim da epidemia". Com certeza não", afirmou.

"Não sabemos se a vacina vai ser eficaz para todos os setores da população. Recebemos alguns sinais de que será eficaz para alguns, mas não para outros", acrescentou.

Desde que surgiu na China em dezembro, o novo coronavírus matou ao menos 924.968 pessoas e infectou mais de 29 milhões, de acordo com um balanço da AFP com base em fontes oficiais.

A OMS alertou que no domingo foram registrados 307.930 novos casos no mundo, um recorde de infecções diárias desde o início da pandemia.

Nesse contexto de aceleração, a partir desta segunda-feira a Inglaterra proibirá reuniões com mais de seis pessoas. A medida, que não afeta as demais regiões do Reino Unido, será aplicada em locais fechados e abertos, com exceção de escolas, locais de trabalho, casamentos e funerais.

A partir de terça-feira, em Birmingham, a segunda cidade mais populosa do Reino Unido, não serão autorizados encontros entre amigos ou familiares, anunciaram as autoridades locais.

O Reino Unido, o país mais afetado da Europa (41.623 mortos), registrou mais de 3.500 novos casos de covid-19 na sexta-feira, os piores dados desde 17 de maio.

Na Áustria, o uso obrigatório da máscara foi estendido a lojas e prédios públicos diante do "início de uma segunda onda", nas palavras do chanceler Sebastian Kurz.

Na Itália, outro país europeu muito afetados pelo vírus, com mais de 35.500 mortes e mais de 280.000 infecções, cerca de 5,6 milhões de alunos voltaram às salas de aula nesta segunda-feira, após seis meses de fechamento.

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