A inflação na Eurozona entrou em agosto em terreno negativo pela primeira vez em quatro anos, anunciou nesta terça-feira (1) o instituto europeu de estatísticas, ao mesmo tempo que o desemprego registrou leve alta em julho
A inflação na Eurozona entrou em agosto em terreno negativo pela primeira vez em quatro anos, anunciou nesta terça-feira (1) o instituto europeu de estatísticas, ao mesmo tempo que o desemprego registrou leve alta em julho.
De acordo com o Eurostat, a inflação da Eurozona foi de -0,2%, consequência da queda generalizada da demanda e dos preços da energia, depois de registrar uma leve alta a 0,4% em julho.
Uma taxa de inflação negativa é motivo de preocupação, pois abre as portas para a deflação, uma espiral que derruba ainda mais os preços.
A queda aconteceu apesar das fortes medidas de estímulo adotadas pelo Banco Central Europeu (BCE).
O movimento rumo à deflação também exerce pressão sobre os governos para que aumentem os gastos públicos em busca de restaurar a demanda.
Algumas capitais europeias já abriram as torneiras de dinheiro, com o governo da Alemanha à frente, com um programa de estímulo de 130 bilhões de euros (150 bilhões de dólares) para estimular a recuperação.
Os líderes da União Europeia (UE) anunciaram em julho um enorme plano de recuperação para o bloco, mas o acordo não deve entrar em vigor antes do próximo ano e os detalhes ainda precisam ser definidos.
Ao mesmo tempo, a taxa de desemprego na Eurozona registrou leve alta em julho, mas o estudo divulgado pelo Eurostat indica que o método de cálculo não permite medir plenamente as consequências das medidas de confinamento e quarentena.
A Eurozona teve um julho um índice de desemprego de 7,9%, contra 7,7% verificado em junho (dado que foi revisado em baixa, a estimativa inicial era 7,8%).
O leve aumento, segundo o Eurostat, foi motivado pelo critério utilizado para definir o desemprego, para incluir "pessoas sem emprego que buscaram ativamente um trabalho nas últimas quatro semanas e que estão disponíveis para começar a trabalhar nas próximas duas semanas".
A Comissão Europeia prevê para este ano uma taxa de desemprego de 9,6%.
De acordo com os números do Eurostat, a Espanha continua sendo o país com o índice mais elevado de desemprego no bloco, com 15,8% registrado em julho, o mesmo nível de junho.
Eurostat calcula que o desemprego afeta 3,38 milhões de pessoas na Espanha.
bur-ahg/mar/fp