A Índia libertou Mehbooba Mufti, ex-chefe de Governo do estado de Jammu e Caxemira (norte), detida há 14 meses ao lado de milhares de pessoas quando Nova Délhi revogou a autonomia desta região rebelde, reivindicada pelo Paquistão
A Índia libertou Mehbooba Mufti, ex-chefe de Governo do estado de Jammu e Caxemira (norte), detida há 14 meses ao lado de milhares de pessoas quando Nova Délhi revogou a autonomia desta região rebelde, reivindicada pelo Paquistão.
Mehbooba Mufti, 61 anos, detida desde agosto de 2019, foi libertada na terça-feira à noite.
Ela foi detida após a revogação, em 5 de agosto de 2019, da autonomia desta região de maioria muçulmana pelo governo indiano, que enviou dezenas de milhares de paramilitares para reforçar a segurança e anunciou medidas de emergência.
Mufti foi detida ao lado de outros três ex-chefes do Executivo de Jammu e Caxemira, assim como de dirigentes políticos, com base na lei de segurança pública, que permite às autoridades prender uma pessoa pelo prazo máximo de dois anos sem apresentar acusações ou sem um julgamento.
Os três ex-chefes de Governo foram liberados, mas muitos dos quase 8.000 detidos, incluindo líderes políticos, permanecem na prisão.
A detenção de Mufti foi revogada, sem explicação por parte das autoridades, na véspera de uma audiência programada sobre seu caso no Tribunal Supremo.
Mufti divulgou um áudio no qual pede a restauração dos direitos políticos e um acordo definitivo. "Teremos que seguir lutando pela questão da Caxemira, pela qual milhares sacrificaram suas vidas", afirmou.
Mufti, líder do Partido Democrático do Povo (PDP), um partido regional que pede maior autonomia para o território, governo Jammu e Caxemira entre 2016 e 2018.
O governo indiano justificou a detenção com a alegação de prevenção da violência, após a decisão de agosto de 2019 de abolir o status especial de Jammu e Caxemira na Constituição.
O estado de Jammu e Caxemira foi rebaixado ao status de território da União, sob o governo direto de Nova Délhi, e foi dividido, com a separação de Ladakh, sua parte oriental predominantemente budista.
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