INTERNACIONAL

Ex-oficial sírio julgado na Alemanha nega envolvimento em atos de tortura

Um alto funcionário do serviço de inteligência da Síria, julgado na Alemanha por crimes contra a humanidade, negou nesta segunda-feira sua responsabilidade pelo assassinato e tortura de detidos em um centro de detenção de Damasco

AFP
18/05/2020 às 15:04.
Atualizado em 29/03/2022 às 23:22

Um alto funcionário do serviço de inteligência da Síria, julgado na Alemanha por crimes contra a humanidade, negou nesta segunda-feira sua responsabilidade pelo assassinato e tortura de detidos em um centro de detenção de Damasco.

Quase um mês após a abertura deste julgamento pelos abusos do regime de Bashar al-Assad, Anwar Raslan, 57 anos, compareceu pela primeira vez ao tribunal de Koblenz.

Raslan, apresentado como ex-coronel dos serviços de Segurança do Estado, afirmou que "não espancou nem torturou" os detidos no centro de detenção de Al Jatib, em Damasco, que ele dirigiu até setembro de 2012.

"Eu nunca agi de maneira desumana", disse ele em uma declaração escrita, lida por seus advogados.

O réu insistiu que "ajudou a libertar" vários detidos, presos durante o movimento de protesto contra o regime que eclodiu em março de 2011.

Milhares de sírios saíram às ruas para exigir democracia em um país administrado com força por Assad por quase 40 anos.

Anwar Raslan é acusado pela morte de 58 pessoas, pela tortura de pelo menos 4.000, estupro e abuso sexual agravado, entre 29 de abril de 2011 e 7 de setembro de 2012.

A Procuradoria Geral da República o acusa de "ter tido perfeito conhecimento da extensão da tortura e de que os detidos morreram devido à violência maciça" realizada no local.

No entanto, o acusado alega ter abandonado o cargo e fugido da Síria no final de 2012 porque não "queria apoiar" os abusos cometidos pelo regime sírio. Ele chegou à Alemanha em julho de 2014.

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