O Iraque exportou menos de 85 milhões de barris de petróleo em junho, o menor nível em anos para atender à redução exigida pela OPEP+, mas que não impediu o país de ver suas receitas com petróleo aumentarem, informou nesta quarta-feira (1) o ministério do Petróleo
O Iraque exportou menos de 85 milhões de barris de petróleo em junho, o menor nível em anos para atender à redução exigida pela OPEP+, mas que não impediu o país de ver suas receitas com petróleo aumentarem, informou nesta quarta-feira (1) o ministério do Petróleo.
Segundo maior produtor da OPEP, o Iraque exportou 84,5 milhões de barris em junho - contra 99,5 milhões em maio.
No entanto, ganhou US$ 2,86 bilhões, beneficiando-se da recuperação dos preços do petróleo, com uma média por barril aumentada para quase US$ 34, contra US$ 21 no mês anterior.
"O objetivo era reduzir as exportações em 2,8 milhões de barris por dia em junho e foi alcançado", de acordo com o que a OPEP+ exigia, disse à AFP Assem Jihad, porta-voz do ministério.
"Estamos sob muita pressão porque alcançamos apenas 46% da redução exigida pela OPEP +, mas esperamos reduzi-la ainda mais em julho", acrescentou.
Os campos no centro e sul do país administrados pelo Estado ou por empresas internacionais de petróleo reduziram sua produção, disse ele, mas não os do Curdistão autônomo no norte.
Em abril, a OPEP+ prometeu reduzir a produção em 9,7 milhões de barris por dia em maio e junho. Para isso, o Iraque deveria reduzir sua produção de 4,5 milhões de b/d para 3,5 milhões de b/d.
O petróleo é o principal ponto de discórdia entre Bagdá e Erbil, e as autoridades centrais acusam regularmente o norte curdo de exportar sem respeitar os cortes exigidos.
O país, devastado por guerras e corrupção há décadas, atravessa uma grave crise econômica que obriga as autoridades a tomar empréstimos para pagar os oito milhões de funcionários públicos e pensionistas, bem como os custos operacionais de uma administração hipertrofiada - 4,5 bilhões de dólares todos os meses.
A longo prazo, o Estado pensa em endividar-se local e internacionalmente, pedindo ajuda do FMI e do Banco Mundial e até mesmo imprimindo novas notas.
O Iraque, um dos países mais ricos em petróleo do mundo, tem uma grande desvantagem: dado o risco em um território devastado desde 1980 por conflitos, sanções internacionais e violência, o barril de petróleo é negociado sistematicamente quatro dólares mais barato que o preço de mercado.
Devido às diferentes variedades que produz, o Iraque vende alguns de seus barris por menos de cinco dólares.
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