Há mais de um mês, a água escorre pela rua no bairro São José (Mateus Medeiros)
Ontem, o fotógrafo da Gazeta esteve no período da manhã no bairro São José, região Sul, e identificou um vazamento na área central da comunidade, próximo ao campo do Jaraguá. Conversou com dois moradores da vizinhança e ambos garantiram que o vazamento ocorre há mais de um mês e que já ligaram várias vezes ao Semae nesse período, sem qualquer retorno.
O Semae, por sua vez, garantiu que não havia nenhum protocolo aberto para o local este ano. Ou seja, os moradores confirmam a ligação para a autarquia reclamando do fato, mas, como não anotaram o protocolo, ficam sem saber o que ocorreu, e suspeitam que os profissionais do atendimento tenham simplesmente ignorado suas ligações, uma vez que nenhum técnico foi verificar o que estava ocorrendo.
Na rua Monsenhor Rosa, na área central da cidade, outro vazamento iniciado na semana passada só recebeu técnicos do Semae para manutenção na manhã de ontem, que gastaram praticamente o dia inteiro para resolver o problema. Com isso, em mais um ponto da cidade houve perda descontrolada de água durante aproximadamente uma semana.
Um leitor da Gazeta ligou também na tarde ontem para falar que no bairro Morumbi, na rua Roberto Mange, 725, um vazamento já durava cinco semanas. Achou um absurdo tanto desperdício. Mas ele não sabia se havia sido aberto algum chamado junto à autarquia. Ao ser comunicado, o Semae confirmou que não havia em seu sistema nenhum protocolo comunicando vazamento. Somente ontem à tarde enviou um técnico para tomar pé da situação.
"Aqui não existe bola de cristal", disse um técnico do Semae. Se não há protocolo aberto, não sabemos que existe o problema". O fato é que a água da Roberto Mange que vazava estava escoando pelo ribeirão Piracicamirim.
Para hoje está previsto um serviço de manutenção mecânica nas estações elevatórias da Pauliceia e deverá faltar água em vários bairros na região Sul da cidade e áreas rurais. A normalização do abastecimento só ocorrerá com a conclusão dos trabalhos, no final do dia. Este serviço e suas consequências foram informados pela autarquia.
Evidentemente que as falhas existem. Mas num período de seca, com risco de faltar água na cidade, o Semae deveria ao menos ter um sistema de fiscalização mais avançado e poderia fazer uma campanha de conscientização para que a população colabore. Além disso, precisa treinar melhor sua equipe de atendimento.
