O príncipe William defendeu nesta quinta-feira (11) a família real britânica, afirmando que "não é racista", depois que seu irmão, Harry, denunciou conversas sobre a cor da pele que teriam seus filhos com a afro-americana Meghan Markle
O príncipe William defendeu nesta quinta-feira (11) a família real britânica, afirmando que "não é racista", depois que seu irmão, Harry, denunciou conversas sobre a cor da pele que teriam seus filhos com a afro-americana Meghan Markle.
"Não somos uma família racista", disse William, de 38 anos, segundo na linha de sucessão ao trono britânico, durante uma visita a uma escola de um bairro multirracial da zona leste de Londres junto com sua esposa, Kate.
Ele afirmou também que não falava com Harry desde a transmissão da entrevista no domingo, mas tinha intenção de fazê-lo, o que alguns interpretaram como uma confirmação do distanciamento entre os dois irmãos.
Harry e Meghan explicaram seu distanciamento da família real britânica e seu exílio na Califórnia em uma entrevista explosiva exibida no domingo nos Estados Unidos.
Mas o que deixou a entrevistadora - a estrela da televisão americana Oprah Winfrey - sem palavras foi o momento em que o casal afirmou que um membro não identificado da família real - que não foram a rainha Elizabeth II, nem seu marido, o príncipe Philip - teve conversas com Harry sobre a cor da pele que teriam os seus filhos com Meghan.
As acusações provocaram um debate intenso sobre o passado colonial e o racismo no Reino Unido, iniciado há um ano com os protestos do movimento Black Lives Matter, o que levou o país a analisar sua história colonial e relação com o comércio de escravos.
Agora o tema está sob os olhares de todo o planeta, em especial nos Estados Unidos, onde o casal mora desde que abandonou a monarquia há um ano, e na Commonwealth, um conjunto multirracial de mais de 50 países nos cinco continentes unidos por seus laços históricos com a corona britânica.
Harry, de 36 anos, e Meghan, de 39 anos, explicaram sua saída da monarquia e seu exílio na Califórnia devido à falta de apoio da coroa em face da pressão insustentável e racismo da imprensa sensacionalista.
Isso provocou uma reação irada do diretor da Publishers Society, Ian Murray, que garantiu que a imprensa britânica não é sectária, nem racista. Mais de 250 jornalistas responderam, no entanto, chamando esta "negação" de "ridícula" e Murray acabou renunciando na quarta-feira.
A rainha Elizabeth II, 94 anos, afirmou que leva "muito a sério" as acusações de racismo e se comprometeu a abordar o assunto "em família, de modo privado", mas destacou que as "recordações podem variar" de acordo com as pessoas.
A cuidadosa escolha de palavras "sugere que a família não concorda com tudo o que falaram os duques de Sussex", destacou o jornal conservador The Daily Telegraph.
Para o especialista constitucional Robert Hazell, do University College London, o tema só "vai virar uma crise para a instituição caso as pesquisas comecem a mostrar uma queda significativa no apoio à monarquia" no Reino Unido.
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