INTERNACIONAL

Fantasma do confinamento total ameaça uma Europa castigada por novos focos do vírus

Reino Unido, Alemanha e Itália intensificaram, ou prolongaram, as restrições a partir desta terça-feira (5) diante de uma pandemia que não cede, o que provoca o temor de um retorno do confinamento total em vários países da Europa, onde as autoridades são criticadas também pela lentidão nas campanhas de vacinação

AFP
05/01/2021 às 12:09.
Atualizado em 24/03/2022 às 01:19

Reino Unido, Alemanha e Itália intensificaram, ou prolongaram, as restrições a partir desta terça-feira (5) diante de uma pandemia que não cede, o que provoca o temor de um retorno do confinamento total em vários países da Europa, onde as autoridades são criticadas também pela lentidão nas campanhas de vacinação.

"A partir de hoje (terça-feira) devem permanecer em casa, com poucas exceções", afirmou o governo britânico no Twitter, poucas horas depois do anúncio do primeiro-ministro Boris Johnson sobre o novo confinamento dos 56 milhões de habitantes da Inglaterra.

O objetivo é, segundo o chefe de Governo, retomar "o controle da nova cepa" do coronavírus, que agravou a situação no fim de 2020 e provocou mais de 50.000 contágios diários na última semana. Ao contrário do segundo confinamento, Johnson também decidiu fechar todas as escolas desta vez.

Na Escócia, o governo semiautônomo determinou o confinamento total a partir de terça-feira. Irlanda do Norte e Gales já haviam instaurado importantes restrições antes do Natal.

Segundo o ministro britânico Michael Gove, responsável pela coordenação da ação governamental, o confinamento permanecerá em vigor até março.

Com mais de 75.000 mortes por covid-19, o Reino Unido é o segundo país da Europa mais afetado pela pandemia, atrás apenas da Itália.

Neste contexto de emergência e, ao contrário do que acontece em outros países europeus, a campanha de imunização prossegue em alta velocidade no Reino Unido, onde na segunda-feira teve início a distribuição da vacina do laboratório britânico AstraZeneca e da Universidade de Oxford.

As autoridades encomendaram 100 milhões de doses desta vacina, mais barata e mais fácil de armazenar que a da Pfizer/BioNTech que já foi administrada em mais de um milhão de britânicos desde o início dezembro.

A situação no Reino Unido não é única. Outros países da Europa, a região mais afetada pela pandemia com mais de 589.000 vítimas fatais e 27,3 milhões de casos, temem que os novos focos provoquem mais medidas restritivas.

A Itália, com mais de 75.600 mortes, decidiu prolongar as restrições e adiar o retorno das aulas do Ensino Médio.

Na Alemanha, o governo deve anunciar nas próximas horas a manutenção das restrições, provavelmente até 31 de janeiro, e ampliar as medidas com o fechamento das escolas.

Em 30 de dezembro, o país superou pela primeira vez a marca de 1.000 mortes em 24 horas. A Alemanha registra 1,787 milhão de casos desde o início da pandemia, que provocou mais de 35.000 vítimas fatais em seu território.

Ao contrário da primeira onda, a gestão da segunda onda recebe críticas no país. O jornal Bild acusa o governo de ter contado "em demasia" com a União Europeia (UE) para o fornecimento de vacinas e de ter privilegiado o fármaco da Pfizer/BioNTech, cuja primeira dose já foi aplicada em mais de 264.000 pessoas.

Na França, onde até 1o de janeiro apenas 516 pessoas haviam recebido a vacina da Pfizer/BioNTech, o governo, encurralado pelas críticas, prometeu acelerar a campanha de vacinação.

O Kremlin anunciou nesta terça-feira que o presidente russo, Vladimir Putin, conversou com a chanceler alemã, Angela Merkel, sobre uma possível "produção conjunta de vacinas" contra o coronavírus.

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