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Ferrari em clima de velório às vésperas de seu grande prêmio de número mil

Para a Ferrari, verdadeiro sinônimo de automobilismo, a comemoração do milésimo Grande Prêmio da Fórmula 1 no domingo, no circuito de Mugello (Itália), não veio nos melhores momentos

AFP
09/09/2020 às 16:16.
Atualizado em 25/03/2022 às 02:31

Para a Ferrari, verdadeiro sinônimo de automobilismo, a comemoração do milésimo Grande Prêmio da Fórmula 1 no domingo, no circuito de Mugello (Itália), não veio nos melhores momentos.

Tudo estava planejado para ser uma grande festa. Prova organizada para a ocasião e pela primeira vez no circuito toscano, não muito longe da sede de Maranello, ainda com alguns espectadores, quando até agora todas as etapas deste ano foram disputadas a portas fechadas devido ao coronavírus.

Sem pontuar na Bélgica, com dois abandonos em Monza, o saldo dos dois últimos Grandes Prêmios é catastrófico.

"Esperamos que o próximo, que é uma data importante com o milésimo Grande Prêmio, seja um pouco melhor, mas o carro não está no nível que gostaríamos", disse o chefe da scuderia, Mattia Binotto.

Toto Wolff, o chefe da Mercedes, lamenta que a Ferrari não esteja no nível para tornar o campeonato mais interessante.

Esta não é a primeira vez que a Ferrari passa por um momento difícil. O único fabricante a ter participado em todos os Mundiais de F1 desde 1950, não esteve apenas presente no primeiro Grande Prêmio da Grã-Bretanha. Somente na etapa seguinte, em Mônaco, Enzo Ferrari colocou seus carros para correr.

Foram necessários dois anos (em 1952) para a Ferrari ter um piloto campeão mundial, com o italiano Alberto Ascari, e até 1961 para conquistar o título de construtores, criado em 1958.

Desde então, a Ferrari ganhou 16 títulos de construtores, o último em 2008, e 15 títulos de pilotos, o mais recente com o finlandês Kimi Räikkönen em 2007.

Desde então uma seca de conquistas. A equipe italiana não conhece nada parecido desde o início da década de 1970, antes da chegada de Luca di Montezemolo para o cargo de chefe e de Niki Lauda como piloto, ou em 1980 e 1981, com o início da era dos turboalimentadores.

Controlada por seu fundador Enzo Ferrari até sua morte em 1988, a história da Ferrari também está intimamente ligada à da Fiat, que assumiu o controle para rivalizar com a Ford no final dos anos 1960, uma história contada no recente sucesso de Hollywood, "Ford vs Ferrari".

Embora a Ferrari ainda esteja sob o controle do grupo automobilístico italiano, ela ganhou sua independência financeira ao abrir o capital em 2015 sob a sigla "RACE". Desde então, suas ações subiram de 250% no mercado eletrônico Nasdaq dos Estados Unidos, passando de 55 a 192 dólares.

Mas, desde a saída do trio mágico composto por Michael Schumacher como piloto, Jean Todt como chefe de equipe e Ross Brawn como engenheiro há quinze dias, o "cavallino" tem problemas na pista.

Nem o espanhol Fernando Alonso, que chegou com dois títulos de campeão mundial no currículo, nem o alemão Sebastian Vettel, que teve quatro, conseguiram levar novas conquistas para a Ferrari, embora às vezes tenham ficado próximos.

Os chefes de equipes mudaram, os engenheiros também, mas os carros vermelhos começaram a ser superados no início da década pela Red Bull e depois pela Mercedes com a chegada dos motores híbridos em 2014.

O diretor do grupo Fiat, John Elkann, acredita que no futuro a equipe retornará ao seu mais alto nível.

Em uma entrevista no final de julho, ele atribuiu os atuais resultados ruins a "fraquezas estruturais" e contratou Mattia Binotto para remediá-las. Mas este especialista, de sorriso largo, tem mostrado cada vez mais uma cara fechada nas corridas. Em Monza, ele nem quis ir à tradicional coletiva de imprensa pós-corrida.

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