CASA NA SANTA CRUZ

Focos do Aedes em imóvel abandonado

Equipe da Prefeitura encontrou muito lixo e potenciais criadouros

Juliana Franco
juliana.franco@gazetadepiracicaba.com.br
01/07/2016 às 11:20.
Atualizado em 28/04/2022 às 05:09

Sujeira acumulada e água em utensílio plástico: focos do Aedes e riscos à saúde (Christiano Diehl Neto)

Desempregada e grávida de nove meses, a jovem de 25 anos de idade que vive há cinco anos em um imóvel abandonado localizado na rua Santa Cruz, região central de Piracicaba, não tinha ideia do risco que sempre correu. Isto porque, durante ação realizada pela equipe do Plano Municipal de Combate ao Aedes aegypti, diversos focos do mosquito foram encontrados no local – o inseto é o transmissor da dengue, chikungunya e também do vírus zika, temido pelas gestantes pela possibilidade de causar a microcefalia. O acesso forçado à residência foi feito depois de o proprietário do espaço ter sido notificado e, após ignorar o aviso, multado em cerca de R$ 1 mil. Mesmo assim, ele não adotou as providências previstas no decreto municipal 15.751, de 2014, que alterou normas da lei que regulariza o trabalho dos agentes. Desde então, quando há impossibilidade de acesso por ausência de pessoas na casa, os profissionais podem invadir a residência com o apoio da Guarda Civil Municipal. “Esta é uma atividade rotineira da nossa equipe. No primeiro semestre de 2016, mais de 200 multas já foram aplicadas a proprietários de imóveis que não limpam os seus espaços e, consequentemente, acumulam criadouros do mosquito Aedes”, conta o coordenador do Plano Municipal, Sebastião Amaral. “Quando nos deparamos com esta situação, nossa primeira providência é notificar o proprietário. A multa é um segundo passo e, quando há reincidência, o valor dobra”, complementa. Ainda segundo Amaral, em muitos casos, o município realiza a limpeza dos terrenos abandonados e depois envia o preço do serviço aos proprietários dos imóveis. “Mas dificilmente estes pagam”. No imóvel da rua Santa Cruz, além do mato alto e do forte cheiro de urina, era grande a quantidade de lixo acumulada. Materiais inservíveis foram recolhidos pela equipe do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). “O proprietário disse que deve realizar a limpeza do espaço no domingo. Então, na próxima terça-feira (5), devemos retornar ao espaço e verificar o que foi feito”, diz o coordenador. Desde abril de 2015, quando o decreto municipal que permite a entrada compulsória de agentes começou a vigorar, mais de 600 notificações de imóveis abandonados foram enviados pelo CCZ. Nesta quinta-feira (30), a ação contou com apoio da Guarda Civil Municipal.

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