INTERNACIONAL

Forças de segurança iniciam operação contra funcionários do sistema ferroviário em Mianmar

As forças de segurança birmanesas iniciaram nesta quarta-feira uma operação em Yangon contra os trabalhadores do sistema ferroviário em greve e que participam no movimento de desobediência civil contra a junta militar, o que provoca o temor de mais detenções

AFP
10/03/2021 às 06:55.
Atualizado em 22/03/2022 às 09:23

As forças de segurança birmanesas iniciaram nesta quarta-feira uma operação em Yangon contra os trabalhadores do sistema ferroviário em greve e que participam no movimento de desobediência civil contra a junta militar, o que provoca o temor de mais detenções.

Centenas de policiais e veículos militares foram mobilizados ao redor da área de moradia dos funcionários da estação Ma Hlwa Gone, na zona leste da capital econômica do país.

"Bloqueiam as portas (dos apartamentos) e as destroem para entrar", contou à AFP uma familiar de um funcionário, que pediu anonimato por temer represálias

"Consegui escapar, mas estou preocupada com os trabalhadores e suas famílias", completou.

Ela disse que quase 800 funcionários do sistema ferroviário participam no movimento de desobediência civil nesta estação.

Médicos, professores, funcionários de empresas de energia elétrica e das ferrovias pararam de trabalhar desde o golpe de Estado de 1º de fevereiro que derrubou o governo civil de Aung San Suu Kyi.

Este movimento perturba a frágil economia birmanesa, com prédios públicos vazios, escolas, hospitais e bancos fechados.

Os principais sindicatos convocaram a "paralisação total da economia" para tentar interromper as atividades no país e aumentar a pressão sobre os militares.

A junta ordenou que o retorno dos funcionários ao trabalho em 8 de março e ameaçou os grevistas de demissão e represálias.

Desde o golpe de Estado, o país é cenário de protestos diários.

Nesta quarta-feira, em Myingyan (centro) três manifestantes pró-democracia ficaram feridos, um deles em estado grave.

Mas a forte presença militar, principalmente no bairro de Sanchaung em Yangon - onde as forças de segurança cercaram centenas de manifestantes no domingo -, provocou a redução no número de ativistas.

Durante a noite de terça-feira, sete manifestantes foram detidos neste bairro, segundo a imprensa estatal.

Em outra parte da cidade, as forças de segurança incendiaram barricadas improvisadas e ameaçaram incendiar os apartamentos de alguns moradores, afirmou um residente de 26 anos à AFP.

A junta parece mais determinada do que nunca a impor o regime, com operações em edifícios residenciais, hospitais, universidades, detenções em larga escala e o uso de munição letal.

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