INTERNACIONAL

Fotógrafo da AFP conta invasão do Capitólio em imagens

A primeira coisa que o fotojornalista da AFP Saul Loeb achou incomum ao chegar ao Capitólio, sede do Legislativo americano, para cobrir a certificação do democrata Joe Biden na quarta-feira foi o pequeno contingente policial

AFP
07/01/2021 às 22:31.
Atualizado em 23/03/2022 às 23:29

A primeira coisa que o fotojornalista da AFP Saul Loeb achou incomum ao chegar ao Capitólio, sede do Legislativo americano, para cobrir a certificação do democrata Joe Biden na quarta-feira foi o pequeno contingente policial.

"Nos termos de segurança, foi basicamente como qualquer outro dia no Capitólio. Foi um pouco surpreendente", contou Loeb, de 37 anos, cujo dia de trabalho estava prestes a sofrer uma reviravolta.

O fotojornalista registrou as imagens da invasão sem precedentes do Congresso americano, como a do apoiador de Donald Trump que pôs o pé sobre a mesa no gabinete da presidente da Câmara de Representantes, a democrata Nancy Pelosi, a um invasor vestindo um chapéu de pele com chifres.

O dia de trabalho de Loeb começou relativamente normal. Ele chegou cedo para se preparar, antes de tirar as primeiras fotos do início da sessão às 13h (15h em Brasília).

Foi quando ouviu um anúncio da segurança pelos alto-falantes, pedindo para que ninguém se mexesse.

"Como fotógrafo, você ouve algo assim e quer saber o que está acontecendo", disse Loeb, que trabalha há 14 anos no escritório da AFP em Washington.

"Então, fui para fora para descobrir o que estava acontecendo. Ouvi um tumulto, gritos. Havia cerca de uma dúzia de manifestantes dentro da Câmara", afirmou.

"É muito raro ver sequer um manifestante dentro do Capitólio, então ver uma dúzia aqui, às portas do Senado, foi realmente incomum. Em certo momento, pensei, "esta vai ser a matéria do dia"", acrescentou.

Loeb passou alguns minutos tirando fotos dos manifestantes, enquanto a polícia tentava convencê-los a deixar o prédio.

"Sobretudo nos ignoravam ou nos deixavam fotografá-los", contou Loeb.

"Podíamos nos aproximar bastante deles. Com frequência eles nos encorajavam a fotografar. Estavam alegres, felizes por estar ali, onde nunca esperavam estar", acrescentou.

Loeb enviou estas fotos e então foi averiguar o que estava acontecendo no santuário da democracia americana, a princípio sem saber que centenas de manifestantes já estavam dentro do prédio.

"Podia-se ouvi-los cantar, o apoio a Trump e centenas de manifestantes correndo para a Rotunda aparentemente vindo de todas as direções", prosseguiu.

"Este é um dos prédios mais seguros de Washington e está tomado de manifestantes", disse Loeb, descrevendo a cena como "desconcertante".

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