INTERNACIONAL

França vai intensificar ações contra islã radical após decapitação de professor

O governo francês anunciou nesta terça-feira que irá intensificar as ações contra o islã radical, após a decapitação de um professor que exibiu charges de Maomé em sala de aula, enquanto a investigação do crime se concentra em determinar a relação entre o assassino e o pai de uma aluna

AFP
20/10/2020 às 19:05.
Atualizado em 24/03/2022 às 10:11

O governo francês anunciou nesta terça-feira que irá intensificar as ações contra o islã radical, após a decapitação de um professor que exibiu charges de Maomé em sala de aula, enquanto a investigação do crime se concentra em determinar a relação entre o assassino e o pai de uma aluna.

"Não se trata de fazer novas declarações (...) são atos o que os nossos cidadãos esperam, e eles serão intensificados", afirmou o presidente Emmanuel Macron, na prefeitura de Bobigny.

Autoridades francesas iniciaram ontem uma ofensiva policial contra movimentos islamitas e está previsto para amanhã o fechamento de uma mesquita localizada nos arredores de Paris, considerada um núcleo do "movimento islamista radical".

Macron também anunciou a dissolução do coletivo pró-Hamas Cheikh Yassine, "diretamente envolvido" no atentado e cujo fundador, Abdelhakim Sefrioui, é um dos vários detidos pelo crime contra o professor Samuel Paty, ocorrido na última sexta-feira em Conflans-Sainte-Honorine, a noroeste de Paris.

Sefrioui havia acompanhado no começo do mês o pai de uma aluna do instituto onde ocorreu o crime para pedir a demissão do professor, que dá aulas de história e geografia e exibiu as charges de Maomé enquanto ensinava sobre liberdade de expressão.

O pai da aluna, que convocou pelo Facebook uma mobilização contra o professor e que também foi preso, havia sido contactado pelo autor do crime antes do assassinato, informou uma fonte ligada à investigação. O conteúdo da conversa é desconhecido.

A polícia francesa libertou hoje seis das 16 pessoas detidas pelo crime, cometido por Abdullakh Anzorov, 18, morto pela polícia após o ataque. Uma fonte judicial indicou esta noite à AFP que os responsáveis pela investigação decidiram libertar os quatro membros do círculo familiar do assassino, sua companheira e outro homem, que já havia sido condenado por terrorismo.

- Fechamento de mesquita -

Após o assassinato do professor, o governo francês prometeu "uma guerra contra os inimigos da república" e anunciou a dissolução de associações que apoiam o islamismo radical. Cerca de 50 delas estão na mira das autoridades.

Considerada por autoridades um refúgio do "movimento islamista radical", onde se propagam mensagens "suscetíveis de terem levado" ao assassinato do professor, a mesquita de Pantin (nordeste de Paris) permanecerá fechada por seis meses.

Segundo o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, o professor foi vítima de uma fatwa, decisão religiosa proferida pelo pai de uma estudante e por Abdelhakim Sefrioui.

A vítima foi "apontada" para o assassino "por um, ou vários, alunos da escola, a priori em troca de uma quantia de dinheiro", relatou uma fonte ligada à investigação. As prisões provisórias dos últimos dias buscam determinar as possíveis responsabilidades dos estudantes neste caso, segundo a mesma fonte.

- Homenagens -

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Gazeta de Piracicaba© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por