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Futebol italiano mantém incertezas sobre sua retomada

A aprovação está prevista para quinta-feira. Depois de superar um bom número de obstáculos e com a pandemia de coronavírus parcialmente recuando, o futebol italiano parece pronto para ser retomado, apesar de algumas vozes discordantes seguirem se manifestando

AFP
25/05/2020 às 21:48.
Atualizado em 27/03/2022 às 22:43

A aprovação está prevista para quinta-feira. Depois de superar um bom número de obstáculos e com a pandemia de coronavírus parcialmente recuando, o futebol italiano parece pronto para ser retomado, apesar de algumas vozes discordantes seguirem se manifestando.

"Um momento importante", resumiu nesta segunda Daniele Gastaldello, zagueiro e capitão do Brescia, na Rádio Rai, sobre o provável retorno em meados de junho da Serie A, paralisada desde 9 de março.

Sua equipe, lanterna do campeonato, não tem nada a comemorar em uma péssima temporada, mas Brescia, na Lombardia, é uma das cidades onde o coronavírus causou mais mortes na Itália e Massimo Cellino, presidente do clube, se opõe há muito tempo à retomada do futebol.

Antes de votar a favor da retomada, assim como todos os outros presidentes, Cellino falou de "pura loucura" e disse que estava preparado para dispensar sua equipe se a temporada terminasse.

Urbano Cairo, presidente do Torino (15º), não foi tão longe, mas sua vontade era de suspender a Serie A permanentemente.

"Eu cedi diante da votação majoritária, mas estou perplexo com os jogadores, que correm o risco de se machucar, com o pouco tempo que haverá entre o final desta temporada e o início da próxima", disse ele na semana passada.

Zlatan Ibrahimovic, um dos astros do campeonato desde que voltou ao Milan no meio da temporada, se lesionou nesta segunda-feira, o que multiplicou o medo de uma praga de contusões depois de dois meses fora dos gramados. Este é um dos argumentos mais repetidos pelos céticos.

"Acho que é um caos. Se tivesse que falar apenas como técnico, preferiria que se parasse e se voltasse calmamente na próxima temporada. Haverá uma série interminável de jogos e não sei em que estado os jogadores estarão", disse o técnico da seleção italiana, Roberto Mancini.

Muito contido desde o início, o influente presidente do comitê olímpico, Giovanni Malago, lembra agora que a pandemia ainda está presente e que o futebol deve pensar em um plano B em caso de suspensão definitiva, uma eleição feita por "14 ou 15 esportes coletivos".

O Sindicato de Jogadores (AIC) e os médicos estão defendendo seus interesses. A questão da redução dos salários ainda não foi resolvida em todos os clubes e a responsabilidade em caso de doença continua sendo um assunto complexo.

Damiano Tommasi, ex-meia da seleção italiana e atual presidente do sindicato dos jogadores (AIC), insiste na necessidade de obter quatro semanas completas de treinamentos coletivos e retomar a competição no dia 20 de junho em vez de dia 13, data estabelecida como referência pelas entidades que regem o futebol.

Mas, além dos argumentos técnicos, o que levanta muitas questões é como gerenciar uma atividade na qual a distância física é impossível de ser mantida. E isso em um país que registrou mais de 32.000 mortes desde o início da pandemia.

Em uma pesquisa publicada no dia 26 de abril pela agência AGI, dois em cada três italianos se opuseram à retomada do futebol. Mas, desde então, parece que a questão saiu do debate público.

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