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Futura secretária do Tesouro dos EUA defende mais gastos; dívida terá que esperar

Diante da crise econômica causada pela covid-19, Janet Yellen, a futura secretária do Tesouro de Joe Biden, pediu aos legisladores que não olhem para os gastos ou se preocupam imediatamente com o déficit das contas públicas

AFP
19/01/2021 às 18:11.
Atualizado em 23/03/2022 às 21:03

Diante da crise econômica causada pela covid-19, Janet Yellen, a futura secretária do Tesouro de Joe Biden, pediu aos legisladores que não olhem para os gastos ou se preocupam imediatamente com o déficit das contas públicas.

"A pandemia devastou" a economia dos Estados Unidos, disse Yellen, de 74 anos, em sua audiência de confirmação no Senado. "Os prejuízos são enormes (...), a nossa resposta também deve ser", frisou.

Biden, que tomará posse na quarta-feira, apresentou na semana passada um plano de emergência de 1,9 trilhão de dólares que acompanhará um plano de reativação que ainda deve detalhar, se for aprovado no Congresso.

"Há um consenso atualmente: sem novas ações, corremos o risco de uma recessão maior e mais dura agora, e cicatrizes a longo prazo na economia mais tarde", argumentou ela.

O papel desta prestigiosa economista, ex-presidente da Reserva Federal (Fed), especialista em desemprego, comprometida com as mudanças climáticas e a favor de amplos apoios econômicos, será tentar ajudar a maior economia do mundo a se recuperar das crises atuais.

Milhares de pequenos negócios fecharam devido a restrições impostas para conter a pandemia do coronavírus, enquanto milhões de pessoas perderam seus empregos.

"Vou me concentrar desde o primeiro dia em ajudar os trabalhadores americanos e as pequenas empresas, implementando de forma rápida e eficaz o plano de resgate que foi recentemente adotado e, em seguida, trabalhando no segundo pacote de ajuda que considero necessário para superar esses momentos sombrios", afirmou.

Yellen se referia ao plano de 900 milhões de dólares adotado no final de dezembro pelo Congresso para evitar que milhões de pessoas percam o acesso ao seguro-desemprego ou sejam despejadas.

Sem o acordo do Congresso e em particular do Senado, onde os democratas terão uma apertada maioria, o plano de Biden, que inclui ajuda para famílias, empresas e governos locais, pode fracassar.

Os gastos anunciados por Biden podem causar receios nos republicanos, geralmente mais relutantes a uma intervenção tão ampla do Estado federal como sugerem os democratas, apesar de quatro anos de enormes gastos gerados pelo governo de Donald Trump, com grandes pacotes de ajuda que somaram cerca de 2,7 trilhões de dólares pela crise do coronavírus em 2020.

O déficit fiscal dos Estados Unidos está em alta e alcançou entre outubro de 2019 e setembro de 2020, o último ano fiscal fechado, cerca de 3,132 trilhões de dólares, um recorde.

Para convencê-los a votar nesse novo pacote, Yellen disse aos legisladores que as taxas de juros próximas a zero permitem obter dinheiro sem que o custo dos juros pese mais ainda na dívida dos Estados Unidos.

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