INTERNACIONAL

G20 se reúne para abordar crise do coronavírus, que já matou 22.000 pessoas

Os líderes dos países do G20 se reúnem nesta quinta-feira em caráter de emergência para abordar a crise mundial provocada pelo novo coronavírus, que já provocou mais de 22

AFP
26/03/2020 às 10:28.
Atualizado em 31/03/2022 às 06:21

Os líderes dos países do G20 se reúnem nesta quinta-feira em caráter de emergência para abordar a crise mundial provocada pelo novo coronavírus, que já provocou mais de 22.000 mortes e obriga três bilhões de pessoas em todo o planeta ao confinamento.

À medida que a doença se propaga pelo planeta a toda velocidade, governos e analistas alertam para as consequências econômicas e temem uma grande recessão, que poderia ser pior que a de 1930 segundo os mais pessimistas.

A nível global, o número de infectados se aproxima de meio milhão de pessoas, com mais de 250.000 oficialmente declarados na Europa, mais da metade apenas na Itália (74.386) e Espanha (56.188).

Em um contexto de tensões diplomáticas entre China e Estados Unidos pela Covid-19, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu ao mundo uma ação unida contra a ameaça.

"A Covid-19 está ameaçando toda a humanidade", disse Guterres. "É crucial uma ação global e de solidariedade, as respostas individuais dos países não serão suficientes", completou.

O confinamento global, que a partir desta semana passou a incluir 1,3 bilhão de habitantes da Índia, foi reforçado nesta quinta-feira na Rússia, onde os voos internacionais foram suspensos e cafés, lojas e parques de Moscou foram fechados.

No Japão, as autoridades pediram aos milhões de habitantes de Tóquio que permaneçam em casa pelo temor de uma "explosão" de casos. A Tailândia, país que vive do turismo, teve que fechar as fronteiras.

Em um mundo enclausurado, a economia mundial está encurralada. "As economias do G20 viverão um choque sem precedentes no primeiro semestre do ano e devem registrar contração em 2020", afirmou a agência de classificação financeira Moody"s.

As previsões apontam um gigantesco aumento do desemprego, de até 30% nos Estados Unidos, de acordo com James Bullard, presidente do St Louis Federal Reserve.

Com este panorama, os líderes das grandes economias do G20 se reúnem por videoconferência nesta quinta-feira. Ao grupo devem se unir Espanha, Jordânia, Singapura e Suíça, afetados pela doença, assim como as grandes organizações internacionais.

No início do encontro, o rei Salman da Arábia Saudita pediu aos líderes do G20 que tomem medidas "eficazes e coordenadas" para combater a crise global desencadeada pela pandemia de coronavírus.

"Precisamos ter uma resposta eficaz e coordenada a esta pandemia e restaurar a confiança na economia global", disse.

"É nossa responsabilidade estender a mão aos países em desenvolvimento e aos países menos desenvolvidos para ajudá-los a desenvolver suas capacidades e melhorar sua infraestrutura para superar esta crise e suas consequências", completou.

Na quarta-feira, o diretor geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, também pediu aos países ricos que ajudem as nações menos desenvolvidas.

O efeito devastador do coronavírus nos países mais pobres foi demonstrado nesta quinta-feira nas Filipinas, que anunciou a morte de nove médicos, vítimas da doença, e teme sua expansão em grandes cidade como Manila.

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