INTERNACIONAL

Gana recebe primeira injeção gratuita do Covax em meio a batalha mundial pelas doses

O presidente de Gana se tornou, nesta segunda-feira (1), o primeiro vacinado contra a covid-19 com uma dose financiada pelo dispositivo Covax para países de baixa renda, em um momento em que se acirra na OMC a batalha para liberar as patentes das vacinas e aumentar sua produção

AFP
01/03/2021 às 12:11.
Atualizado em 22/03/2022 às 10:58

O presidente de Gana se tornou, nesta segunda-feira (1), o primeiro vacinado contra a covid-19 com uma dose financiada pelo dispositivo Covax para países de baixa renda, em um momento em que se acirra na OMC a batalha para liberar as patentes das vacinas e aumentar sua produção.

As campanhas de vacinação em todo o mundo se intensificam diante da pandemia de coronavírus, que já fez mais de 2,53 milhões de mortos, segundo dados da AFP desta segunda-feira às 08h00 (horário de Brasília).

Enquanto os países ricos avançam em suas campanhas em um ritmo desigual, comprando a vacina diretamente dos produtores, Gana recebeu na quarta-feira as primeiras doses financiadas pelo Covax.

O presidente de Gana, Nana Akufo-Addo, de 76 anos, recebeu nesta segunda-feira sua primeira injeção da vacina Oxford/AstraZeneca. "É importante que eu dê o exemplo, demonstrando que esta vacina é segura, ao ser a primeira pessoa a recebê-la", disse.

O sistema Covax pretende proporcionar este ano vacinas contra a covid-19 para 20% da população de quase 200 países e territórios participantes e inclui também um mecanismo de financiamento que permite a 92 economias de renda baixa e média acessarem as doses.

O Covax, fundado pela OMS, Aliança para as Vacinas (Gavi) e pela Coalizão para a Inovação na Preparação contra Epidemias (Cepi), foi criado em uma tentativa de evitar que os países ricos acumulem as doses que continuam sendo produzidas em quantidades muito pequenas para satisfazer a demanda mundial.

A pandemia agravou a brecha entre países ricos e pobres, e várias associações britânicas de ajuda internacional alertaram nesta segunda-feira que existe o risco de que aumente a fome e a crise humanitária em países frágeis como o Iêmen devido à doença.

Enquanto isso, muitas vozes pedem que a Organização Mundial do Comércio (OMC) levante as proteções das patentes das vacinas contra a covid-19 para aumentar sua produção, uma demanda denunciada pelos laboratórios.

Esta proposta, longe de alcançar o consenso, será debatida no Conselho Geral da OMC nesta segunda e terça-feira.

Até agora, foram administradas mais de 244 milhões de doses da vacina contra a covid-19 em ao menos 123 países ou territórios, segundo uma contagem da AFP nesta segunda-feira com base em fontes oficiais.

A adesão do público à vacina contra a covid-19 está aumentando em vários países como o Reino Unido, Estados Unidos e França, segundo um estudo internacional publicado nesta segunda-feira pelo gabinete Kekst CNC.

Quatro milhões de doses da vacina da Johnson & Johnson, aprovada pelas autoridades de saúde americanas, serão distribuídas na terça-feira nos Estados Unidos, o país mais afetado tanto em número de mortes como de casos, com 513.092 óbitos por 28.605.953 casos registrados.

Na União Europeia, espera-se que a vacina seja aprovada pela Agência Europeia de Medicamentos no início de março e distribuída a partir do final do mês ou início de abril.

Na Índia, onde o primeiro-ministro Narendra Modi se vacinou nesta segunda-feira, o governo estabeleceu o ambicioso objetivo de vacinar 300 milhões de pessoas até o final de junho, mas até agora só imunizou 14 milhões, principalmente profissionais de saúde e de segurança.

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