A Guarda Civil Municipal impediu, na manhã de sexta, a ocupação de áreas públicas no Bosques do Lenheiro, onde já estavam demarcados os espaços para construção de cerca de 110 barracos
Área já havia sido demarcada pelas lideranças do movimento para instalação dos barracos (Divulgação)
A Guarda Civil Municipal informou que tem ocorrido inúmeras tentativas de invasão da praça do Bosques do Lenheiro, na região Norte da cidade, para fim de construção de moradias irregulares, tendo a última ocorrido na manhã de ontem (2). Eram cerca de 110 barracos planejados, alguns em processo de construção, em áreas demarcadas pela lideranças do movimento.
A principal área invadida fica na entrada do bairro, à direita, onde existe um campinho de futebol de areia e a praça do bairro. Ou seja, são áreas públicas. Os invasores demarcaram todo o local com a intenção, tudo indica, de vender os "terrenos" posteriormente. Essa tensão no bairro, de tentativa de expansão das invasões, é constante, e se mantém no ar há pelo menos 10 anos.
Segundo o subinspetor Mendes, comandante do Pelotão Ambiental, da Guarda Civil Municipal, que acompanhou de perto todo o trabalho de sua equipe, a ideia dos invasores era se apropriar do espaço para fazer negócio, num movimento articulado que se intensificou na madrugada de quinta para sexta-feira.
Investigações não oficiais da GCM, junto a moradores do bairro, identificaram que a maioria dos invasores em questão já possuem casa própria na comunidade e que, certamente, esperava preparar o espaço para pessoas de fora. Ou até mesmo para ser moradias de seus familiares.
Mendes disse também que pelo menos dois barracos da invasão já estavam semiprontos e poderia ser usados a qualquer momento. Outras estruturas estavam em pé, com pilastras e tapume, para mais quatro barracos. Havia ainda demarcações com fita, delimitando áreas de possíveis construções.
À esquerda da entrada do Bosques foram encontradas também marcas de preparativos para novas invasões e construção de mais uns 30 barracos, contabilizando um total de 110 a 115 moradias ao todo, só neste plano de ocupação ilegal.
De acordo com Mendes, na primeira iniciativa de dispersar o movimento, durante a manhã de ontem, houve tentativa de tumulto no início, mas após o almoço, com a chegada de apoio policial, tudo foi resolvido da melhor maneira possível.
Para evitar recorrência do ato, a GCM vai intensificar o patrulhamento do bairro. Esta noite haverá uma saturação do local, que é intensificar as passagens das viaturas para monitorar eventuais persistência na irregularidade.
Mendes contou ainda que uma senhora alegou, ao ser retirada do local, ter cinco filho e que não tinha onde morar. "Mas ela já é do bairro. Então se usa esse recurso social para tentar forçar uma situação e sensibilizar as autoridades, mas não podemos permitir esse tipo de atitude", concluiu o comandante.