Governo afegão acusa Talibã de ignorar negociações de paz

Os negociadores do governo afegão acusaram, nesta terça-feira (26), o Talibã de se abster há mais de uma semana de qualquer compromisso nas negociações de paz lançadas no Catar.

Os dois lados vêm conduzindo negociações apoiadas pelos Estados Unidos em Doha desde setembro, mas que ainda não produziram resultados concretos.

"A outra parte (Talibã) não está disposta a negociar para encerrar o conflito e salvar vidas", tuitou o negociador do governo, Nader Nadery, que especificou que nenhuma reunião oficial foi realizada em nove dias.

São acusações "falsas", retrucou o Talibã, garantindo que "as duas equipes estão em contato".

"Nenhuma negociação pode ser contínua e realizada diariamente, já que reuniões internas podem ser necessárias", disse Mohamad Naim, porta-voz dos talibãs em Doha.

Os negociadores do governo pressionam por um cessar-fogo permanente e para proteger os acordos governamentais existentes após a expulsão do Talibã em 2001, seguida a uma invasão liderada pelos Estados Unidos após os ataques de 11 de setembro.

Essas negociações foram organizadas na sequência de um acordo assinado em fevereiro de 2020 entre o Talibã e os Estados Unidos para a retirada total das forças americanas até maio de 2021 em troca de garantias dos insurgentes em termos de segurança e um diálogo de paz com o governo afegão.

Mas, apesar das negociações em andamento, o Talibã aumentou seus ataques. Nas cidades, assassinatos de jornalistas, políticos e ativistas de direitos humanos, que Cabul e Washington atribuem ao Talibã, são cada vez mais frequentes.

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