O governo de transição da Líbia conquistou, nesta quarta-feira (10), a confiança do Parlamento, uma votação considerada "histórica" para um gabinete nascido de um processo mediado pela ONU que deve ajudar a tirar o país do caos ao conduzi-lo a eleições no final de dezembro
O governo de transição da Líbia conquistou, nesta quarta-feira (10), a confiança do Parlamento, uma votação considerada "histórica" para um gabinete nascido de um processo mediado pela ONU que deve ajudar a tirar o país do caos ao conduzi-lo a eleições no final de dezembro.
Após dois dias de debates, o Parlamento eleito aprovou a equipe de Abdelhamid Dbeibah por 121 votos entre os 132 deputados presentes, segundo imagens transmitidas ao vivo pela televisão.
"Obrigado por sua confiança", reagiu o bilionário de 61 anos nomeado primeiro-ministro em 5 de fevereiro por 75 autoridades líbias reunidas em Genebra, ao mesmo tempo que um Conselho Presidencial de três membros.
Segundo a imprensa local, o novo governo tomará posse na segunda-feira em Benghazi (leste), segunda cidade da Líbia e berço da revolta contra o regime de Muammar Khaddafi em 2011.
Os deputados estão reunidos desde segunda-feira na cidade de Sirte, a meio caminho entre as regiões rivais do leste e do oeste. Eles debateram longamente a composição do governo de Dbeibah, a distribuição geográfica dos cargos e sua agenda.
A ONU teve na segunda uma "sessão histórica" e um "passo crucial" para a unificação do país, enquanto o Parlamento eleito, profundamente dividido, raramente se reuniu nos últimos anos.
"Será o governo de todos os líbios", prometeu o primeiro-ministro nesta quarta-feira em um breve discurso após a votação. "A Líbia é uma e unida", proclamou Dbeibah, natural de Misrata (oeste).
Os Estados Unidos, a União Europeia e a França "parabenizaram" a Líbia imediatamente após a votação.
"Como muitos líbios, assistimos à sessão histórica do Parlamento ao vivo. Parabéns pela formação de um governo de unidade interino para preparar o caminho para as eleições de dezembro", declarou o embaixador dos Estados Unidos na Líbia, Richard Norland.
O embaixador da UE na Líbia, José Sabadell, saudou um "dia verdadeiramente histórico!", garantindo que "o novo governo de unidade pode contar com o total apoio da comunidade internacional, em particular da UE".
A embaixada da França também felicitou "o povo líbio por este dia histórico" e transmitiu a Dbeibah "os votos de sucesso do presidente Macron para uma Líbia unida, estável, soberana e próspera".
Saudando "um dia histórico", o presidente do Parlamento, Aguila Saleh, recordou que o governo Dbeibah "deve saber que o seu mandato e as suas responsabilidades terminam no dia 24 de dezembro", data das eleições marcadas no processo da ONU.
O primeiro-ministro apresentou um governo "representante de todos os líbios", composto por dois vice-primeiros-ministros, 26 ministros e seis ministros de Estado.
Dois ministérios, Relações Exteriores e Justiça, foram atribuídos a mulheres, pela primeira vez na Líbia.
Dbeibah agora terá que unificar as instituições líbias e liderar a transição até as eleições de 24 de dezembro.