INTERNACIONAL

Governo etíope afirma que trabalha para restabelecer normalidade em região dissidente

O governo etíope afirmou nesta segunda-feira que está restabelecendo a ordem e os serviços básicos em Tigré, região do norte do país que não recebe mantimentos há um mês e onde a ONU registra distúrbios e combates persistentes

AFP
07/12/2020 às 09:30.
Atualizado em 24/03/2022 às 03:23

O governo etíope afirmou nesta segunda-feira que está restabelecendo a ordem e os serviços básicos em Tigré, região do norte do país que não recebe mantimentos há um mês e onde a ONU registra distúrbios e combates persistentes.

Na sexta-feira, a Organização das Nações Unidas afirmou que a continuidade dos combates nesta região dissidente complicava o envio de ajuda humanitária crucial para Tigré, apesar dos comunicados de vitória do governo federal desde o anúncio de que assumiu o controle da capital regional Mekele em 28 de novembro.

"A fase ativa das operações militares terminou", reiterou nesta segunda-feira o gabinete do primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, em um comunicado.

O governo Ahmed iniciou uma operação militar em 4 de novembro contra as forças da Frente de Libertação do Povo de Tigré (TPLF), partido que governa esta região dissidente do norte da Etiópia.

"Atualmente, a principal tarefa do governo é restabelecer a ordem pública, garantir o acesso ilimitado à ajuda humanitária de nossos cidadãos das zonas afetadas, reinstalar aqueles que tiveram que atravessar as fronteiras e restabelecer os serviços de transporte e comunicações", afirmou o gabinete do primeiro-ministro.

Procurado pela AFP, um médico do hospital de Mekele que pediu anonimato acusou no domingo soldados de executar "vários saques" na cidade, que foi "privada desde a semana passada de um sistema formal de manutenção da ordem".

"Depois disso, habitantes de Mekele expressaram sua revolta bloqueando ruas em toda a cidade", completou a fonte, antes de informar que dois manifestantes morreram e quatro foram feridos por tiros de soldados etíopes.

As restrições de acesso à região e às redes de comunicação, que continuam em grande parte fora de serviço, dificulta a verificação de maneira independente desta afirmações, assim como as do governo.

De acordo com o médico, o hospital de Mekele, que está em situação "muito crítica", recebeu 27 corpos de civis e mais de 100 feridos "por tiros de artilharia e disparos de foguetes contra civis e infraestruturas civis", nos combates pela tomada de Mekele.

O gabinete do primeiro-ministro reafirmou nesta segunda-feira que o exército federal conquistou a capital regional sem provocar vítimas civis ou danos.

bur-ayv/md/jhd/bc/me/fp

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