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Governo Trump mantém execuções, apesar da derrota eleitoral

Um homem condenado à morte foi executado nos Estados Unidos nesta quinta-feira (20), quebrando a tradição segundo a qual presidentes não reeleitos suspendem as execuções

AFP
20/11/2020 às 13:18.
Atualizado em 24/03/2022 às 01:55

Um homem condenado à morte foi executado nos Estados Unidos nesta quinta-feira (20), quebrando a tradição segundo a qual presidentes não reeleitos suspendem as execuções.

Orlando Hall foi executado com injeção de pentobarbital em uma prisão do estado de Indiana, anunciou o Departamento de Justiça.

O afro-americano de 49 anos foi condenado à pena de morte em 1995 por ter participado do sequestro, estupro e morte da adolescente Lisa Rene, de 16. Ela foi espancada e enterrada viva, com a ajuda de cúmplices, como parte de um acerto de contas.

Hall foi executado depois que um último recurso da defesa foi rejeitado pela Suprema Corte. Foi também a primeira decisão da nova integrante desta Casa, Amy Coney Barnett, que se pronunciou da mesma forma que os outros cinco juízes conservadores dessa instância de nove magistrados.

Trata-se da oitava execução federal realizada depois que essa prática foi retomada no verão passado (inverno no Brasil), após ficar em suspenso por 17 anos e à qual se opõe o presidente eleito, o democrata Joe Biden.

Embora a maioria dos estados tenha praticamente desistido da pena de morte desde o início da pandemia, o governo Trump realizou mais execuções: oito desde julho, contra três nos últimos 45 anos.

Outras duas execuções também estão previstas para os próximos dias, apesar de uma tradição de há pelo menos 131 anos, segundo a qual presidentes não reeleitos suspendem as execuções até que seu sucessor assuma o poder.

Trump se recusa, até o momento, a reconhecer sua derrota para Biden na eleição de 3 de novembro.

"Orlando Cordia Hall foi executado na penitenciária de Terre Haute, nos Estados Unidos, de acordo com a pena capital recomendada, por unanimidade, por um júri federal", informou o Departamento de Justiça em seu site.

Embora seu cliente não tenha negado a participação na morte de Rene, os advogados Marcia Widder e Robert Owen denunciaram "vieses racistas" em seu processo, perante um júri totalmente branco.

Segundo eles, este caso "reflete as preocupantes disparidades raciais na pena capital nos Estados Unidos", onde 45% dos condenados à morte são afro-americanos, embora representem apenas 13% da população total.

Para as próximas semanas, também está programadas a execução de Lisa Montgomery, a primeira mulher a ser condenada à morte pelo governo federal em 70 anos. Seu processo foi adiado de 8 de dezembro para 31 de dezembro, porque seus advogados foram infectados com covid-19.

E, para 10 de dezembro, está prevista a execução de Brandon Bernard.

chp/pmh/ft/je/oho/cac/at/lda/mps/tt

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