Merendeiras participaram, na manhã de ontem, da assembleia que decidiu pela continuidade da greve (Mateus Medeiros/Gazeta de Piracicaba)
As merendeiras decidiram continuar a greve deflagrada na quarta-feira (17). A nova assembleia, de avaliação do cenário de negociação entre a Secretaria de Estado da Educação com a empresa terceirizada Especialy, aconteceu ontem de manhã na Diretoria Regional de Ensino.
O motivo da interrupção do trabalho está relacionado com o não pagamento do vale-alimentação das 170 merendeiras, das 62 escolas da rede pública estadual, cujo valor deveria ter sido depositado no dia 15. Além disso, desde abril os pagamentos estão atrasando e sempre há a necessidade de pressão da categoria para que os valores mensais sejam depositados pela empresa, o que estava acontecendo no limite da resistência dos profissionais.
De acordo com o Estado, o repasse pelo serviço por parte do governo vem sendo feito rigorosamente, mês a mês, dentro do prazo definido em contrato. O diretor regional de ensino, Fábrio Negreiros, afirmou ontem à tarde que a situação segue a mesma do dia anterior, com a empresa fechada para negociação e incomunicável.
O único caminho, caso a Especialy não faça os devidos pagamentos e dê alguma segurança para a continuidade do trabalho, é aguardar a conclusão do novo processo de licitação, que iniciou em 3 de outubro e se encontra em fase final no departamento jurídico da Secretaria de Estado da Educação, sem prazo para terminar, devido à burocracia natural do processo.
Edmar Ramos, diretor de relações trabalhistas da Sintercamp, sindicato que representa a categoria, esta é a segunda paralisação do ano, além de várias mobilizações, com aviso de greve, por atrasos de pagamentos, inclusive de salários. Segundo ele, 80% das profissionais estão de braços cruzados.
"Estamos acompanhando o novo contrato e o Estado tem se preocupado em evitar que a Especialy seja substituída por outra empresa que possa trazer os mesmo problemas, o que exige critérios melhorados para a nova seleção", observou Ramos.
De acordo com a Secretaria de Estado da Educação, a Diretoria de Ensino de Piracicaba está adotando todas as medidas legais previstas pelo descumprimento do contrato.
"Paralelamente, o órgão está em contato com as merendeiras e o sindicato a fim de que os direitos das trabalhadoras sejam preservados. Todos os pagamentos estão em dia por parte da Seduc-SP e todas as unidades educacionais do município contam com estoque de alimentação necessário ao atendimento dos estudantes. Nas unidades escolares que tiverem dispensa de alunos, o conteúdo será reposto", afirma o governo em nota.