Líderes nacionalistas da Nova Caledônia se uniram a um coletivo de grupos autóctones kanakos que se opõem à possível venda de uma fábrica de níquel do grupo brasileiro Vale a uma empresa australiana, e denunciaram "a liquidação de recursos"
Líderes nacionalistas da Nova Caledônia se uniram a um coletivo de grupos autóctones kanakos que se opõem à possível venda de uma fábrica de níquel do grupo brasileiro Vale a uma empresa australiana, e denunciaram "a liquidação de recursos".
"De nenhuma maneira vamos renunciar a este recurso (...) nem permitir que um estrangeiro foque com nosso patrimônio de mineração", declarou Alosio Sako, da secretaria política da Frente de Libertação Nacional Kanako Socialista (FLNKS).
O movimento, assim como associações e sindicatos, se opõe ao projeto da empresa brasileira Vale de vender sua fábrica metalúrgica do sul do arquipélago, com grandes reservas de níquel, em Goro, a um consórcio industrial e financeiro liderado pela australiana New Century Ressources (NCR).
A usina que explora a jazida de níquel Goro enfrenta diversos problemas técnicos e uma péssima situação financeira, o que provocou o abandono da produção de óxido de níquel e a concentração em um produto intermediário, Níquel Hidróxido Cake (NHC), destinado às baterias elétricas.
"O FLNKS reafirma a oposição à liquidação de nosso patrimônio", afirmou Sako.
Os independentistas e seus aliados defendem uma oferta de compra alternativa apresentada por uma empresa local associada a uma multinacional sul-coreana, Korea Zinc.
O FLNKS afirma que a Vale "deve iniciar negociações com estes grupos para que possamos recuperar nossas jazidas.
Nova Caledônia, coletividade territorial francesa formada por um grupo de ilhas e arquipélagos da Oceania, tem 25% das reservas mundiais de níquel. Este recurso gera debates sensíveis, principalmente às vésperas de um segundo referendo sobre a independência do território, no dia 4 de outubro.
cw/ao/me/zm/fp