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Hidrogênio, um combustível contra o aquecimento global?

Um combustível "milagroso" contra o aquecimento global? O hidrogênio pode contribuir para a descarbonização de setores, desde que seja fabricado de forma limpa e para usos seletivos

AFP
09/12/2020 às 06:30.
Atualizado em 24/03/2022 às 03:54

Um combustível "milagroso" contra o aquecimento global? O hidrogênio pode contribuir para a descarbonização de setores, desde que seja fabricado de forma limpa e para usos seletivos.

Cinco anos depois do Acordo de Paris, muitos governos apostam neste recurso, movidos pela urgência, mas também em busca de perspectivas industriais.

O uso do hidrogênio não é novo. Desde o desenvolvimento da eletrólise da água em 1800 faz parte de muitos processos industriais: refino de petróleo, fertilizantes...

Atualmente esta molécula onipresente na Terra, dotada de uma grande intensidade energética e não poluente, parece o combustível capaz, por exemplo, de tornar a indústria pesada mais verde.

A gigante do aço ArcelorMittal prevê utilizar o hidrogênio para substituir o carvão em seus altos-fornos. O problema: um custo adicional de até 80%. Também pode ser aplicado aos produtos químicos, alumínio, vidro, pois exigem temperaturas elevadas.

Como o setor espacial já faz há muito tempo, o transporte pode encontrar no hidrogênio uma solução. Alguns o consideram o futuro a aviação. Já existem navios e ônibus que são equipados com ele e em breve Alemanha e Itália utilizarão trens com este combustível.

Também é um meio de armazenamento. E entra em cena para o desenvolvimento das energias solar e eólica que, de forma intermitente, devem ter capacidade de armazenar seu excedente. O processo "Power to gas" converte a eletricidade em hidrogênio, que depois é injetado nas redes de gás.

Philippe Boucly, da France Hydrogen, viu em 40 anos de carreira muitos "começos em falso". "Desta vez é bom porque o hidrogênio cumpre todos os requisitos: diante da emergência climática, para a qualidade do ar e também para "reindustrializar" os países ocidentais".

O problema é que o hidrogênio não é uma fonte de energia primária: vem de um processo de transformação que consome energia ainda baseada em carvão e gás.

De acordo com a Agência Internacional de Energia, por este motivo a produção mundial de hidrogênio emitiu 830 milhões de toneladas de CO2 em 2017, o que equivale às emissões combinadas da Indonésia e do Reino Unido.

Para uma produção mais ecológica existem várias opções:

- Hidrogênio "verde", obtido com eletricidade renovável por eletrólise (a corrente passa pela água, separa o hidrogênio e o oxigênio). Em 2019 custava três vezes o preço do gás extraído.

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