INTERNACIONAL

Homens com mais de 70 anos e pessoas já doentes são principais vítimas do coronavírus

Os idosos ou aqueles que já sofrem de doenças como diabetes, asma ou hipertensão são os mais vulneráveis à nova epidemia de coronavírus, que também matou mais homens do que mulheres

AFP
29/02/2020 às 13:29.
Atualizado em 07/04/2022 às 09:16

Os idosos ou aqueles que já sofrem de doenças como diabetes, asma ou hipertensão são os mais vulneráveis à nova epidemia de coronavírus, que também matou mais homens do que mulheres.

Desde seu surgimento na China, em dezembro, essa infecção respiratória infectou mais de 85.000 pessoas em mais de 50 países, dos quais 2.800 morreram.

Na maioria dos casos, os sintomas são banais e moderados, como tosse, febre e cansaço, mas os pacientes mais graves podem ter problemas respiratórios agudos, sofrer insuficiências renais graves e registrar falhas em vários órgãos, o que pode levar à morte.

A taxa média de mortalidade permanece pequena, entre 1 e 3%, uma porcentagem maior que a gripe sazonal (0,1%), mas menor do que as epidemias anteriores relacionadas a um coronavírus muito mais virulento: 34,5% no caso da Mers (Síndrome Respiratória no Oriente Médio) ou 9,6% no caso da Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave), cujo vírus é 80% semelhante ao novo coronavírus.

Alguns segmentos da população estão em maior risco, de acordo com os dados disponíveis.

A análise mais completa até agora, publicada em 17 de fevereiro pelas autoridades chinesas e mais tarde no dia 24, pela revista médica americana Jama, também mostra que a taxa de mortalidade aumenta com a idade.

Até agora, não houve mortos com menos de 10 anos de idade. Até 39 anos, a taxa de mortalidade é muito baixa, 0,2%, e chega a 0,4% em pessoas acima de 40 anos. Chega a 1,3% em pacientes entre 50 e 69 anos e é de 8% naqueles que têm mais de 70 anos. No caso dos infectados com mais de 80 anos, a taxa sobe para 14,8%.

Fora da China, também existem muitos idosos entre as vítimas. Na Itália, o país mais afetado da Europa, pelo menos seis pessoas nas primeiras 14 mortes tinham cerca de 80 anos de idade.

A ausência de vítimas entre os mais novos deixa os especialistas perplexos, pois bebês e crianças tendem a ser mais vulneráveis a esse tipo de doenças infecciosas.

"É surpreendente porque, quando analisamos todas as outras infecções respiratórias, bacterianas ou virais, sempre temos muitos casos graves entre idosos e também entre os mais jovens, especialmente entre menores de cinco anos", disse Cécile Viboud, epidemiologista em Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos.

"Tem ver se não há uma forma de proteção pela recente epidemia sazonal de coronavírus", que causa resfriados, diz John M. Nicholls, professor de patologia da Universidade de Hong Kong.

Uma segunda hipótese é que o sistema imunológico das crianças foi projetado para "não reagir exageradamente a novos agentes infecciosos".

Outra característica importante do COVID-19 (o nome da doença causada pelo vírus) é que os homens morrem mais que as mulheres. Até agora, 63,8% das mortes são do sexo masculino.

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