INTERNACIONAL

Ilha italiana de Lampedusa, saturada com a chegada de mais migrantes

A pequena ilha italiana de Lampedusa, cujo principal centro de recepção está saturado em meio à pandemia do coronavírus, recebeu mais cerca de 370 migrantes, que viajavam em um antigo barco de pesca na noite de sábado (29)

AFP
30/08/2020 às 12:04.
Atualizado em 25/03/2022 às 11:46

A pequena ilha italiana de Lampedusa, cujo principal centro de recepção está saturado em meio à pandemia do coronavírus, recebeu mais cerca de 370 migrantes, que viajavam em um antigo barco de pesca na noite de sábado (29).

o barco pesqueiro transportava 367 migrantes, conforme dados revisados para baixo pelas autoridades locais. Entre eles, há 13 mulheres e 33 menores.

Localizado ao largo de Lampedusa e ameaçando afundar devido aos fortes ventos, o bote foi escoltado pela Guarda Costeira italiana e pela polícia até o porto de Lampedusa, noticiou a agência italiana de notícias Ansa.

Os migrantes, cuja nacionalidade não foi divulgada, desembarcaram em pequenos grupos e foram submetidos a controles de temperatura, antes de serem transferidos para um centro da ilha administrado por uma paróquia.

Em sua chegada, foi "recepcionado" por um grupo de manifestantes da Liga de extrema direita, que se reuniu no porto.

O centro de acolhimento de urgências de Lampedusa já está superlotado, com 1.160 migrantes, dez vezes sua capacidade máxima.

Referindo-se a uma "situação sem precedentes", o prefeito de Lampedusa, Totò Martello, anunciou um encontro na segunda-feira com representantes dos sindicatos profissionais da ilha para convocar uma "greve geral".

"Vamos parar. O governo nacional continua a manter um silêncio terrível", disse ele em um comunicado.

"Se um barco pesqueiro deste tamanho chega com centenas de pessoas, e ninguém o detecta, isso significa que não há controles no Mediterrâneo. O que fazem os navios militares? Não estamos em guerra, por que não os utilizam para intervenções de segurança no mar e para transferir migrantes?", questionou.

Desde sexta-feira, antes deste desembarque em massa, cerca de 30 pequenos barcos, principalmente da costa tunisiana, chegaram à ilha com 500 migrantes a bordo, de acordo com a imprensa italiana.

O presidente da região da Sicília, Nello Musumeci, alertou no domingo que uma "crise humanitária e de saúde" se aproxima.

A região "não pode continuar a pagar pela indiferença de Bruxelas e pelo silêncio de Roma", reclamou Musumeci, no poder graças a uma aliança da direita e da extrema direita.

Há uma semana, ele aprovou um decreto para fechar todos os centros de acolhimento na Sicília (região da qual Lampedusa faz parte), denunciando condições de higiene inaceitáveis, devido à epidemia. Sua decisão foi rejeitada pela Justiça italiana.

Ontem, a Guarda Costeira italiana também transferiu 49 pessoas para Lampedusa, a maioria mulheres e crianças. O grupo foi resgatado no Mediterrâneo pelo barco fretado pelo artista urbano Banksy, o "Louise Michel".

Os 150 passageiros restantes deste navio foram transferidos na noite de sábado para o navio humanitário "Sea-Watch 4", que hoje tem 350 pessoas a bordo e procura um porto para desembarcar.

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