INTERNACIONAL

Imprensa internacional associa serviço secreto russo a envenenamento de Navalny

Vários meios de comunicação, entre eles Bellingcat, CNN e Der Spiegel, publicaram nesta segunda-feira (14) uma investigação na qual acusam especialistas em armas químicas dos serviços especiais russos (FSB) de terem seguido o opositor Alexei Navalny, inclusive no dia de seu suposto envenenamento

AFP
14/12/2020 às 19:08.
Atualizado em 24/03/2022 às 04:23

Vários meios de comunicação, entre eles Bellingcat, CNN e Der Spiegel, publicaram nesta segunda-feira (14) uma investigação na qual acusam especialistas em armas químicas dos serviços especiais russos (FSB) de terem seguido o opositor Alexei Navalny, inclusive no dia de seu suposto envenenamento.

O site de investigações Bellingcat, juntamente com a emissora americana CNN, o site russo The Insider e o semanário alemão Der Spiegel, publicaram nesta segunda uma investigação conjunta que revela nomes e fotos de homens, apresentados como especialistas em substâncias químicas, com o agente neurotóxico Novichok.

A Rússia desmentiu em várias ocasiões que Navalny, de 44 anos, tivesse sido envenenado em Tomsk (Sibéria) em 20 de agosto, e afirmou que a substância tóxica de tipo Novichok, detectada por laboratórios ocidentais após sua hospitalização na Alemanha, não estava presente em seu organismo quando foi tratado na Rússia.

Os agentes russos faziam um acompanhamento regular de Navalny desde 2017, segundo o Bellingcat, que analisou um volume de dados, em especial de telefone e de viagens, que vazaram na internet na Rússia.

"Estos agentes estavam no local onde estava o militante da oposição nas horas e nos dias que abrangem o período durante o qual foi envenenado com uma arma química militar", avalia o Bellingcat, que detectou 37 viagens desde 2017 nas quais Navalny foi seguido por um ou vários destes agentes.

"A carga da prova para uma explicação inocente parece recair unicamente no Estado russo", avaliou o site, que não informa ter contatado o FSB ou o Kremlin para obter comentários.

Segundo a CNN, a Presidência russa recusou-se a comentar a investigação e o FSB não respondeu.

O artigo não estabelece nenhum contato direto entre estes agentes e o opositor.

"Sei quem quis me matar, sei onde moram, sei onde trabalham, conheço seus nomes verdadeiros, conheço seus codinomes e tenho suas fotos", reagiu Navalni, que transmitiu em detalhes a investigação destes veículos em seu blog.

Graças a dados coletados na Internet, o Belligncat identificou em várias ocasiões nos últimos anos supostos agentes envolvidos em operações do FSB, o que Moscou nega.

O site publicou em especial os nomes dos agentes de Inteligência militar russa responsáveis, segundo ele, pelo envenenamento na Inglaterra com Novichok de um ex-agente duplo, Serguei Skripal.

alf/pop/lpt/bc/mb/mvv

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