INTERNACIONAL

Impunidade ao herdeiro da Red Bull gera protestos estudantis na Tailândia

Uma Ferrari em alta velocidade por Bangcoc, um policial morto atropelado e arrastado por 200 metros e, no volante, o herdeiro do império Red Bull

AFP
01/09/2020 às 13:26.
Atualizado em 25/03/2022 às 09:18

Uma Ferrari em alta velocidade por Bangcoc, um policial morto atropelado e arrastado por 200 metros e, no volante, o herdeiro do império Red Bull. Oito anos depois, o personagem continua impune, provocando a ira da juventude tailandesa e forçando o governo a reagir.

O primeiro-ministro, Prayut Chan-O-Cha, que admitiu "falhas" durante toda a investigação, se manifestou nesta terça-feira a favor de "uma reforma do sistema judicial", solicitando propostas a uma comissão para o final de setembro.

A retirada em julho das acusações contra Vorayuth Yoovidhya, conhecido como "Boss", de 38 anos, o único acusado, acendeu o pavio.

A camiseta da Red Bull estampa as manifestações estudantis que abalam o reino exigindo mais democracia.

"Os super ricos na Tailândia frequentemente evitam o julgamento independente da gravidade do crime", disse à AFP Paul Chambers, da Universidade de Naresuan (centro). "A juventude (...) tem sede de mudança e quer eliminar este sistema injusto", acrescentou.

Os rumores motivaram a abertura de uma nova investigação no início de agosto e foi emitido um mandado de prisão contra o neto do criador do energético.

Em 3 de setembro de 2012, Boss, um dos herdeiros da família cuja fortuna, segundo a Forbes, é de mais de 20 bilhões de dólares, dirigia sua Ferrari pelas ruas de Bangcoc quando atropelou um policial em uma motocicleta, o arrastou por 200 metros e fugiu.

O óleo que escapou do carro levou a polícia à sua suntuosa mansão.

Ele negou os fatos, mas depois admitiu que estava no volante. Foi indiciado por excesso de velocidade, atropelamento e fuga e por não ajudar uma pessoa em perigo. Depois, foi libertado sob fiança.

No tribunal penal, ele poderia ser condenado a 10 anos de prisão.

Mas evitou várias vezes o tribunal, alegando problemas de saúde. No entanto, estava na verdade esquiando no Japão ou hospedado em hotéis luxosos ao redor do mundo, segundo as redes sociais.

Em 2017, fugiu da Tailândia pouco antes de um mandado de prisão ser emitido contra ele.

Atualmente, algumas acusações prescreveram.

"Pedimos que se elimine o prazo de prescrição em caso de fuga ao exterior", disse nesta terça-feira à imprensa Vicha Mahakun, presidente da comissão encarregada de reformar a Justiça.

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