INTERNACIONAL

Indígenas marcham em defesa de Yaku Pérez, que exige recontagem de votos no Equador

Grupos indígenas equatorianos se mobilizaram nesta quinta-feira (11) em Quito em defesa do candidato presidencial Yaku Pérez, impulsionando seus pedidos de recontagem de votos e denúncias de uma suposta fraude para deixá-lo de fora da disputa

AFP
11/02/2021 às 20:55.
Atualizado em 23/03/2022 às 17:45

Grupos indígenas equatorianos se mobilizaram nesta quinta-feira (11) em Quito em defesa do candidato presidencial Yaku Pérez, impulsionando seus pedidos de recontagem de votos e denúncias de uma suposta fraude para deixá-lo de fora da disputa.

"A fraude foi consumada quando ontem tentamos a todo custo que simplesmente (...) abrissem as atas presidenciais" para revisá-las na delegação eleitoral do porto de Guayaquil (sudoeste), disse Pérez à imprensa, cercado por 600 indígenas e ativistas de organizações sociais, em frente à sede do Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

"E não permitiram", enfatizou o líder indígena de esquerda, que na quarta-feira perdeu o segundo lugar e o acesso ao segundo turno das eleições gerais para o ex-banqueiro de direita conservador Guillermo Lasso.

Pérez insistiu que pedirá a recontagem de votos em várias províncias, incluindo nas quatro com maior eleitorado, como Guayas (cuja capital é Guayaquil) e Pichincha (Quito).

Seus apoiadores agitaram bandeiras multicoloridas, do movimento indígena, e ergueram cartazes que diziam "Yaku é Equador. A vontade do povo deve ser respeitada".

Pérez, um advogado ambientalista de 51 anos, obteve 19,47% dos votos contra 19,69% para Lasso, de 65 anos.

O economista Andrés Arauz, 36 anos, o candidato do ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017), manteve-se na liderança desde o início, conquistando 32,62% dos votos, segundo a apuração de 99,90% das urnas eleitorais, das quais 1,25% estão pendentes de revisão.

"A margem entre os candidatos que ocupam o segundo e o terceiro lugar é muito estreita. Portanto, é fundamental que as chapas em conflito tenham a certeza de que seus votos estão sendo considerados pelas autoridades eleitorais", afirmou a missão de observadores da OEA.

Mas ressaltou que "é importante que todas as partes se comportem com responsabilidade e resolvam suas diferenças institucionalmente".

A chefe do CNE, Diana Atamaint, disse na quarta-feira que "nas próximas 48 horas" a organização pode terminar a contagem preliminar.

Assim, serão conhecidos os dois participantes do segundo turno, marcado para 11 de abril, quando será eleito o sucessor do impopular presidente Lenín Moreno, cujo mandato de quatro anos terminará em 24 de maio.

Em pé em frente à sede da CNE em Quito - que é cercada por cercas de metal e protegida pela força pública - o líder indígena expôs suas alegações de fraude, culpando o correísmo e aliados de Lasso.

O ex-banqueiro, que aspira pela terceira vez à cadeira presidencial, quer ir para o segundo turno apenas "por questão de ego", afirmou Pérez. Ele sabe que não vai vencer o senhor Arauz; está jogando contra o correísmo", disse o líder ambientalista, ferrenho opositor da política do ex-presidente socialista.

"É por isso que estamos aqui presentes, para defender e dizer chega de fraude", alegou a líder indígena Blanca Chancoso, recebendo da multidão gritos de "chega de fraude, chega de fraude".

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Gazeta de Piracicaba© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por