INTERNACIONAL

Indústria têxtil se adapta ao coronavírus em Bangladesh

À beira da falência devido ao cancelamento de bilhões de dólares em pedidos internacionais, o setor têxtil de Bangladesh se adaptou às últimas tendências ditadas pelo coronavírus: a fabricação de equipamentos de proteção

AFP
26/06/2020 às 09:26.
Atualizado em 27/03/2022 às 00:35

À beira da falência devido ao cancelamento de bilhões de dólares em pedidos internacionais, o setor têxtil de Bangladesh se adaptou às últimas tendências ditadas pelo coronavírus: a fabricação de equipamentos de proteção.

A queda brutal na demanda por roupas causada pelo confinamento planetário atingiu em cheio a economia do segundo maior exportador de prêt-à-porter.

De um dia para o outro, centenas de milhares de trabalhadores têxteis perderam o emprego.

Mas alguns fabricantes de Bangladesh rapidamente se adaptaram à nova situação e começaram a fabricar máscaras, trajes, luvas e outros equipamentos de proteção.

Nas grandes fábricas da cidade de Savar, ao norte da capital Daca, milhares de trabalhadores se sucedem em turnos de oito horas, seis dias por semana, para fabricar equipamentos de proteção individual (EPI).

"Vimos a oportunidade em fevereiro e imediatamente iniciamos a produção", disse à AFP Syed Naved Husain, presidente da Beximco, um dos principais conglomerados de Bangladesh.

"Agora, cerca de 60% dos nossos 40.000 trabalhadores fabricam EPI", explicou.

Importante fornecedora da empresa têxtil espanhola Inditex (proprietária da Zara) e da americana PHV (Calvin Klein, Tommy Hilfiger), a Beximco enviou 6,5 milhões de trajes de proteção no mês passado à marca americana Hanes.

"O coronavírus mudou o mundo", afirmou Husain. Seu grupo espera exportar cerca de US $ 250 milhões em EPI este ano.

Nas oficinas da Beximco, no parque industrial de Savar, centenas de trabalhadores trabalham em meio à agitação das máquinas de costura. O uniforme que vestem e as máscaras brancas apenas permitem que vejam seus olhos.

No final da cadeia, Sumaiya Akter é uma das costureiras que dá os retoques finais no produto. Esta mãe de 34 anos estava entre o batalhão de trabalhadores demitidos no início da crise, muitos dos quais ainda estão desempregados.

"Tenho sorte de ter conseguido um emprego nesta fábrica, enquanto muitos outros perderam o emprego", disse à AFP.

"Pelo menos posso alimentar minha família e meus pais".

Nos últimos 20 anos, Bangladesh se tornou o segundo maior fabricante de roupas do mundo, depois da China.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Gazeta de Piracicaba© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por